Pesquisadores identificaram que elas encolhem para se adaptar; medicamentos poderão ser desenvolvidos para atingir as proteínas que regulam o tamanho dessas estruturas
Segunda maior causa de mortes no mundo, os casos de câncer devem aumentar nos próximos anos e ultrapassar as doenças cardiovasculares até 2030, assumindo a liderança, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora os tratamentos tenham avançado, o combate ao diagnóstico, especialmente em casos mais agressivos, ainda é difícil devido a fatores como a diversidade genética dos tumores, o local onde se encontram e a forma como evoluem.
Agora, um novo estudo, publicado na revista científica Science Advances, descobriu que as células cancerígenas podem mudar de tamanho para resistir a terapias e sobrepor barreiras para sua sobrevivência. O mecanismo abre portas para uma nova visão no entendimento dos tumores, avalia o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e do Instituto Oncoclínicas, Carlos Gil.
— O estudo é de fato uma grande novidade no entendimento da biologia do câncer, ou seja, como essas células se comportam. Nós buscamos sempre entender esses mecanismos de proliferação das células malignas, como elas se dividem de forma diferente das normais e se disseminam, para que possamos desenvolver novos tratamentos eficazes em controlar isso. Entender que existe essa mudança no tamanho é importante e pode significar o desenvolvimento de novas armas no futuro — diz o oncologista.
Leia a reportagem na íntegra no site do jornal O Globo.
No calendário da saúde, Janeiro Verde é o mês escolhido para chamar a atenção da população para um dos tipos de câncer mais incidentes entre mulheres (atrás apenas do de mama e de reto¹) e que pode ser evitado: o câncer de colo do útero. Para 2023, dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimam que surgirão aproximadamente 17 mil novos casos e seis mil óbitos pela doença².
Também conhecido como câncer cervical, esse tipo de neoplasia tem como principal causa no país a infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV), em especial os do tipo HPV-16 e HPV-18, responsáveis por cerca de 70% dos casos. “Por isso, a vacinação é fundamental”, afirma a diretora da SBOC, Dra. Angélica Nogueira.
Desde 2014, o Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal a tetravalente contra o HPV, atualmente disponível gratuitamente para meninas e meninos de 9-14 anos, e para adultos imunossuprimidos até 45anos. A vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus.
“Muito se fala na criação de uma vacina contra o câncer. O fato é que já existe uma vacina que evita vários tipos de câncer. É a vacina contra o HPV. Isso porque estudos comprovam que o vírus está diretamente ligado não só ao câncer cervical, mas também a cânceres de ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe”, comenta Dra. Angélica Nogueira, que também é coordenadora do Comitê de Tumores Ginecológicos da SBOC.
Prevenção, sintomas e tratamento
Com princípio silencioso, o câncer de colo do útero demora para se desenvolver e se dá por meio de alterações das células uterinas, apresentando primeiro uma pré-lesão (neoplasia intraepitelial cervical). “Conforme a doença avança, alguns de seus principais sintomas são sangramentos, corrimento e dores na relação sexual”, comenta. “Se detectado no início, o câncer cervical apresenta grandes chances de cura”, acrescenta a oncologista clínica.
Para prevenir a doença, além da vacinação completa contra o HPV, é recomendável (mesmo em pessoas vacinadas) a realização de exames de rastreamento. “O exame do Papanicolau é o exame principal e deve ser realizado a partir dos 25 anos e, após duas negativas, a frequência deve ser de no mínimo uma vez a cada três anos. Já em mulheres que tiveram o HPV positivo em algum momento da vida, a recomendação para o exame é anual”, explica.
Queda na vacinação
Mesmo com tamanha relevância na prevenção do câncer de colo do útero e outros tipos, nos últimos anos, a vacinação contra o HPV vem sofrendo uma queda em níveis preocupantes. De acordo com dados recolhidos pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA)4 no DataSUS, do Ministério da Saúde, houve queda de 72% da aplicação em meninas e 52% em meninos, nos períodos de 2015 a 2021 e 2018 a 2021, respectivamente.
“No início da campanha de vacinação, que ocorreu há quase 10 anos, o cenário era mais positivo. Em parceria com secretarias de educação, a primeira etapa do calendário vacinal foi aplicada em escolas públicas e privadas, e a campanha foi fortemente divulgada em todos os tipos de mídia. Na época, a adesão à vacinação foi de quase 92%”, comenta a oncologista.
A queda da imunização contra o HPV cresceu gradualmente nos últimos anos, não só em decorrência da pandemia, mas por retirada da vacinação das escolas, além de falta de conhecimento da população sobre sua necessidade.
“Levar a vacina até a criança e ao jovem, nas escolas, é fundamental para o aumento da adesão. É preciso retomar a cultura de vacinação que era tão enraizada no brasileiro. Somente com aumento de vacinados é que vamos conseguir quebrar a cadeia de transmissão do vírus e, consequentemente, evitar o surgimento do câncer”, afirma a médica.
Para mais informações sobre o Câncer de Colo de Útero acesse o infográfico da SBOC.
Em 2023, o Brazilian Journal of Oncology (BJO) ganha um novo editor-chefe. Quem assume a revista é o Prof. Dr. Auro del Giglio, Professor Titular de Hematologia e Oncologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) e vencedor da última edição do Prêmio Ronaldo Ribeiro de Carreira em Oncologia Clínica, promovido pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
Ele substitui Dr. Jorge Sabbaga, que ingressou no periódico em janeiro de 2020 com o objetivo de consolidar a revista em novos indexadores. Para isso, foi preciso tornar mais ágil o processo de avaliação e correção dos artigos submetidos. O crescimento nos últimos dois anos foi intenso, com conquistas como a indexação no Directory of Open Access Journals (DOAJ), além dos sistemas Sumários.org e Google Acadêmico.
“Tínhamos a missão de tornar a BJO respeitada pela comunidade oncológica brasileira e internacional em função da qualidade científica dos seus artigos. Hoje, a revista recebe e publica materiais de todo o país. Ter exercido esse cargo por pouco mais de dois anos foi desafiador e prazeroso; e tive a oportunidade de interagir com pessoas excepcionais que me ajudaram nessa tarefa”, relata Dr. Sabbaga.
Além de prestar agradecimento à Diretoria da SBOC e à equipe da BJO, o antigo editor também revela admiração por seu sucessor. “O Prof. Dr. Auro del Giglio tem renome internacional e a BJO não poderia estar em melhores mãos. Ainda há muito o que fazer e ninguém melhor do que ele para isso. Desejo a ele e todos que seguem na BJO a mesma satisfação e prazer que tive.”
Segundo Dr. Auro, a BJO é essencial para o crescimento da oncologia brasileira. “Temos a necessidade de um espaço para a publicação de situações científicas peculiares ao nosso meio. Como editor-chefe, espero contribuir para que a revista continue melhorando e almejo novos níveis de indexação, seguindo os passos da gestão do Dr. Jorge Sabbaga”, comenta.
Além de atuar na FMABC, o novo editor-chefe é graduado e doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Entre 2010 e 2014, foi presidente-eleito do Board of Governors do American College of Physician.
No ramo editorial, tem experiência como membro do conselho de dois periódicos indexados: a Revista da Associação Paulista de Medicina e a Revista da Associação Médica Brasileira. É membro do Cochrane Haematological Malignancies Group e do Journal of Pragmatic and Observational Research.
Além desta mudança, o Dr. Daniel de Iracema Gomes Cubero, Professor Assistente e coordenador do Programa de Residência em Oncologia Clínica da Disciplina de Oncologia e Hematologia da Faculdade de Medicina do ABC, assumiu o cargo de editor associado para oncologia clínica na BJO, substituindo o Dr. Gustavo Fernandes, ex-presidente da SBOC, que esteve na posição entre 2018 e 2022.
Lançada em 2017, como publicação open access, ou seja, sem custo para submissão nem para o acesso dos leitores, a BJO tem como objetivo divulgar o conhecimento oncológico no país; valorizar os resultados da pesquisa nacional; incentivar a participação dos especialistas em estudos; formar massa crítica em torno dos desafios e das possibilidades da oncologia no Brasil e no mundo; promover reflexões e discussões baseadas em evidências científicas sobre o acesso e a qualidade do atendimento aos pacientes, bem como a respeito das políticas públicas de prevenção e tratamento do câncer.
Em 2023, Dra. Renata Colombo Bonadio será a editora do SBOC Review – seleção de artigos sobre oncologia recém-publicados nos melhores periódicos científicos e comentados por especialistas. Quinzenalmente, o material é divulgado nos canais de comunicação da SBOC com exclusividade para os associados.
Dra. Renata é vinculada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), onde graduou-se, fez residência e foi preceptora do programa residência médica de oncologia clínica. No Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) é médica oncologista e pesquisadora. Também atua na Oncologia D’Or e no Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino.
Para a nova editora, a oncologia é uma especialidade em constante renovação, com padrões alterados anualmente. “Quem atua no cuidado do paciente com câncer necessita de contínua atualização. Além das novas terapias, é necessário conhecer o manejo de suas toxicidades e aprimorar outras noções. Assim, o SBOC Review é uma estratégia que permite contribuir para a atualização dos oncologistas brasileiros em relação às principais novidades”, comenta.
Na posição, Dra. Renata pretende dar continuidade ao importante trabalho de disseminação de conhecimento que tem sido feito. “Manteremos uma seleção criteriosa de estudos relevantes apresentados ou publicados em 2023, sendo oferecida uma discussão de cada trabalho por associados da SBOC. A avaliação da metodologia de um estudo e a análise crítica de seus resultados são pontos essenciais no processo de formação do conhecimento e no estabelecimento adequado de condutas para a prática clínica.”
Como formação complementar, Dra. Renata tem qualificações como ter sido Teaching Assistant no curso Principles and Practice of Clinical Research da Universidade de Harvard (EUA), ter realizado o curso Oncogenética em Foco em uma iniciativa da SBOC em parceria com a Universidade de Chicago (EUA) e ter estagiado no MD Anderson Cancer Center (EUA), entre outras.
Ela será a segunda mulher a assumir a posição de editora do SBOC Review, iniciativa que a Sociedade mantém desde 2017. Dra. Renata substituirá Dr. Guilherme Harada, responsável pela função ao longo de 2022.
Desde 3 de janeiro de 2023, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) tem uma nova Diretoria. Ela é liderada pelo presidente Dr. Carlos Gil Moreira Ferreira, oncologista clínico mineiro radicado no Rio de Janeiro, onde foi pesquisador sênior do Instituto Nacional de Câncer (INCA) entre 2002 e 2015. Desde 2018, é presidente do Instituto Oncoclínicas e, desde 2021, chief medical officer do Grupo Oncoclínicas.
Segundo Dr. Carlos Gil, o objetivo é continuar o trabalho que as últimas gestões fizeram, consolidando suas bases e criando novas possibilidades de diálogo e atualização. “As últimas diretorias capacitaram técnica e politicamente a SBOC para atuar na questão do acesso aos medicamentos na saúde suplementar, por exemplo. Foi um excelente trabalho, mas queremos ampliar as interlocuções, debatendo com o Ministério da Saúde formas de custear tratamentos de alto custo no Sistema Único de Saúde (SUS), como a imunoterapia”, explica.
Outro ponto de destaque desta gestão será a produção de um Censo da Oncologia no Brasil. A ideia, segundo o presidente da SBOC, é compreender melhor sobre quem são os oncologistas clínicos do Brasil, onde estão e quais são seus anseios e dificuldades, reunindo dados demográficos e socioeconômicos. “A partir daí, a SBOC poderá tomar ações concretas para melhorar a vida dos associados. Além disso, queremos capacitar a entidade nas práticas de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG, na sigla em inglês), reforçando o seu papel social”, completa.
Ingressam na Diretoria da entidade com o novo presidente: Dra. Aline Lauda Chaves, Dra. Clarissa Baldotto, Dra. Daniela Rosa, Dr. Duílio Rocha Filho e Dra. Mariana Tosello Laloni. Permanecem da última gestão: Dr. Alexandre Jácome, Dra. Andréia Melo, Dra. Angélica Nogueira Rodrigues e Dra. Maria Ignez Braghiroli. Já o Conselho Fiscal será formado por Dr. Diogo Bastos, Dr. Fernando Meton e o também remanescente Dr. Fábio Franke.
Também compõem a gestão o Prof. Dr. Paulo M. Hoff, na posição de Presidente de Honra, e Dra. Anelisa Kruschewsky Coutinho Araújo, enquanto Presidente Eleita, conforme resultado de eleição realizada em 2022.
Originalmente, a gestão do Dr. Carlos Gil, eleito ainda em 2021 com a chapa “Criar”, se daria entre 2023 e 2025, mas recentemente a entidade passou por uma reforma estatutária que transformou o seu modelo de governança. As alterações foram feitas com a anuência da última gestão e da gestão que assume agora e aprovadas por unanimidade em Assembleia Geral Extraordinária da SBOC em 18 de julho de 2022.
No novo modelo, os eleitos permanecerão apenas um ano no cargo de Presidente em Exercício. Nos anos precedente e subsequente ao mandato, ocuparão respectivamente as posições de Presidente Eleito e Presidente de Honra, quando participarão da gestão com outras atribuições.
Também houve mudanças no processo de escolha dos diretores. Em 2022, excepcionalmente, a SBOC realizou apenas eleição nacional para o cargo de Presidente para acomodar o processo de transição estatutária. A partir de 2023, as eleições voltarão a ocorrer por chapas formadas por um(a) candidato(a) a Presidente e três a diretores. Além disso, haverá eleição individual para conselheiro fiscal.
Na avaliação de Dr. Carlos Gil, essa reforma é mais uma etapa na profissionalização da SBOC, sendo resultado do seu amadurecimento. “Mais membros poderão ser presidentes ao longo dos anos. Temos muitas lideranças em ascensão. Além disso, o novo estatuto reforça o papel da Diretoria, tirando um pouco do poder centralizado na figura do presidente. A transição entre os diretores dará mais perenidade aos projetos, permitindo que tenhamos iniciativas de longo prazo”, analisa.
O ano de 2022 foi de consolidação e conquistas para a SBOC. A entidade passou a realizar o Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica de forma anual, esteve representada em diversas audiências públicas relevantes sobre o câncer e promoveu algumas novas iniciativas educativas, como o Practice-Changing e o Novo Programa de Pesquisa Clínica.
O Estatuto Social e o Regimento Interno da SBOC foram atualizados, fortalecendo assim a governança institucional da entidade, e iniciou-se um importante processo de Planejamento Estratégico que irá permear as prioridades da Sociedade nos próximos anos.
Ao longo do ano, mais de 460 associados participaram ativamente de uma ou mais ação da entidade. Confira no vídeo uma retrospectiva com as principais ações da SBOC em 2022.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) lamenta o veto presidencial, publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 22 de dezembro, ao Projeto de Lei (PL) 5.307/2020, cujo objetivo é a manutenção do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) e do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas/PCD).
Na área da oncologia, a iniciativa permite, desde 2012, que haja dedução de imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas que tenham contribuído com doações e patrocínios em prol de ações e serviços estruturados pelo Pronon, estimulando a captação de recursos para o setor.
“Recebemos o veto ao Programa com surpresa, uma vez que a iniciativa constitui importante fonte de recursos para o atendimento e a pesquisa relacionada ao câncer no Brasil. Esperamos que os parlamentares possam rever essa decisão, que impacta diretamente os pacientes oncológicos”, afirma o presidente da SBOC, Prof. Dr. Paulo M. Hoff.
Agora, o veto será encaminhado para análise em sessão conjunta dos deputados e senadores no Congresso Nacional, que poderão rejeitar ou manter veto ao projeto.
O Pronon
O Programa foi instituído em 2012 com o intuito de captar e canalizar recursos para a prevenção e o combate ao câncer em ações coordenadas pelo Ministério da Saúde. Inicialmente previsto para existir até 2016, o projeto foi posteriormente renovado até o ano-calendário de 2021.
Os recursos captados são direcionados para: a prestação de serviços médicos-assistenciais; a formação, o treinamento e o aperfeiçoamento de recursos humanos em todos os níveis; e a realização de pesquisas clínicas, epidemiológicas e experimentais.
O PL 5.307/2020, de autoria da senadora Mara Gabrilli, pretende prorrogar a faculdade da dedução de imposto sobre a renda às pessoas físicas até o ano-calendário de 2025 e às pessoas jurídicas até o ano-calendário de 2026.
Ao justificar o veto, o Presidente da República informou que a proposta possui vício de inconstitucionalidade e contraria o interesse público, uma vez que a prorrogação do benefício fiscal acarretaria renúncia de receitas sem apresentação da estimativa do impacto orçamentário e financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes.
Nos últimos dias, os ganhadores dos Prêmios SBOC 2022 que não puderam comparecer à cerimônia de premiação – durante o XXIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica – receberam seus troféus presencialmente das mãos do presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, o Prof. Dr. Paulo M. Hoff.
O vencedor do Prêmio Ronaldo Ribeiro de Carreira em Oncologia Clínica, Prof. Dr. Auro del Giglio, Professor Titular da Faculdade de Medicina do ABC, recebeu seu reconhecimento em visita à sede da Sociedade na última sexta-feira, 16 de dezembro.
Já o Prof. Dr. Roger Chammas, vencedor do Prêmio SBOC de Pesquisa Oncológica Translacional, ganhou seu troféu nesta segunda-feira, 19 de dezembro, durante reunião do Conselho Diretor do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), prestando agradecimentos a essa instituição, onde desenvolveu um centro de pesquisa, e à SBOC.
Os demais vencedores já tinham recebido seus troféus no Congresso SBOC 2022. Dra. Aline Lauda Freitas Chaves ganhou o Prêmio SBOC de Protagonismo Feminino na Oncologia; Dr. Pedro Henrique Isaacson Velho, o Prêmio Jovem Oncologista SBOC; e Dra. Olga Laura Sena Almeida, o Prêmio SBOC de Ciências.
Todos eles receberam placas comemorativas, recompensas financeiras como forma de estímulo ao trabalho desenvolvido e pacotes completos (passagem, inscrição e hospedagem) para participara do XXIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, realizado entre 3 e 5 de novembro.
Após diversos debates e audiências públicas realizadas em 2021 e 2022, vários deles com a participação da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a Comissão Especial da Câmara dos Deputados destinada a acompanhar as ações de combate ao câncer no Brasil apresentou na semana passada seu relatório final.
De acordo com o documento, observa-se no país uma série de dificuldades e gargalos envolvendo o tratamento do câncer que “são inaceitáveis”, pois “está claro que ocorrem mortes e sequelas que poderiam ser evitadas, devido a uma ineficácia do combate ao câncer em todas suas etapas – prevenção, rastreamento, diagnóstico e tratamento”.
Os autores recordam que as neoplasias têm impacto relevante na saúde pública brasileira, sendo a segunda maior causa de morte na população. Por isso, apontam a necessidade de acompanhamento especial do poder público em relação ao tema, com uma atuação integrada e eficaz para mitigar os problemas supracitados e garantir tratamentos adequados e oportunos, sobretudo, nos tempos atuais em que a situação foi agravada pela pandemia de COVID-19.
Representando mais de 2.800 oncologistas clínicos de todo o Brasil, a SBOC participou da Comissão, indicando diversos especialistas para contribuírem com os debates técnicos acerca do enfrentamento do câncer no Brasil.
“O trabalho desta Comissão ao longo desses dois anos foi muito importante para produzir um diagnóstico sobre os desafios para o combate ao câncer no Brasil”, comenta a diretora-executiva da SBOC, Dra. Marisa Madi. “Temos agora um relatório coordenado por parlamentares que indica os principais gargalos que enfrentamos e quais são os possíveis caminhos a seguir daqui em diante, com o intuito de provermos o melhor atendimento possível aos pacientes no final da cadeia, sobretudo no sistema público”, acrescenta.
Para o presidente da SBOC, o Prof. Dr. Paulo M. Hoff, a expectativa é de que as propostas sejam levadas adiante na próxima legislatura e que as especificidades de cada projeto de lei sejam novamente discutidas com as Sociedades de especialidades e demais entidades que detêm o saber sobre o tema. “Queremos seguir contribuindo com os parlamentares, colocando a visão, o conhecimento e a experiência acumulada dos oncologistas clínicos na mesa”, avalia.
Por força regimentar, o trabalho da Comissão Especial se encerra no final desta legislatura, mas o grupo deverá encaminhar uma série de propostas para serem votadas no próximo ano, envolvendo entre outros temas a terapia nutricional dos pacientes oncológicos, fontes de financiamentos, investimentos em ações de prevenção e diagnóstico do câncer e incorporações de novas tecnologias.
O documento final tem relatoria da deputada federal Silvia Cristina, e a Comissão Especial é composta pelos parlamentares: Weliton Prado (presidente), Carmen Zanotto (vice-presidente), Acácio Favacho, Aline Gurgel, Bibo Nunes, Dr. Zacharias Calil, Dra. Soraya Manato, Dulce Miranda, Geninho Zuliani, Heitor Freire, Hildo Rocha, Hiran Gonçalves, Jaqueline Cassol, Joaquim Passarinho, Marina Santos, Misael Varella, Tereza Nelma, Dr. Frederico, Igor Timo e Professora Marcivania.
Evidenciando o seu fortalecimento e crescimento nos últimos anos, o Brazilian Journal of Oncology (BJO) acaba de ser indexado no Directory of Open Access Journals (DOAJ), uma organização independente que reúne mais de 17.500 periódicos de acesso aberto revisado por pares, cobrindo todas as áreas da medicina, da ciência, da tecnologia, das ciências sociais, das artes e das humanidades.
Lá estão indexados os principais periódicos de acesso aberto do mundo, independentemente do idioma, aumentando globalmente a visibilidade, a acessibilidade, a reputação, o uso e o impacto dos artigos produzidos nas revistas e jornais contemplados.
A presença da BJO neste diretório garante aos pesquisadores que submetem o resultado de suas pesquisas ao periódico que são seguidos alguns parâmetros, como os Princípios de Transparências e Boas Práticas do DOAJ, do Comitê de Ética de Publicações (COPE), da Associação de Editores Acadêmicos de Acesso Aberto (OASPA) e da Associação Mundial de Editores Médicos (WAME).
Segundo Dr. Jorge Sabbaga, editor-chefe da BJO, a indexação é um marcador de reputação da revista. “Estamos inseridos em uma comunidade de interesse de grande alcance, consequentemente aumentando o impacto, a disseminação e o acesso aos artigos publicados. O DOAJ segue critérios rigorosos para admissão e permanência em sua base, o que demonstra o alto padrão que seguimos na BJO”, comenta.
O Brazilian Journal of Oncology é mantido conjuntamente pelas Sociedades Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), de Cirurgia Oncológica (SBCO) e de Radioterapia (SBRT). O acesso é aberto para leitura, download, reprodução e distribuição mediante crédito. São publicados, principalmente, estudos translacionais e clínicos nas áreas de oncologia clínica, cirúrgica e radioterapia.