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Neste Dia Nacional da Mamografia, 5 de fevereiro, vale lembrar não apenas a importância do exame para a detecção precoce do câncer de mama, uma das principais causas de morte de mulheres no Brasil, mas também o grande desafio que representa ampliar a sua cobertura e controlar a sua qualidade no país.  “Assim como a distribuição de mamógrafos no Brasil é preocupante, dada a grande concentração no Sul-Sudeste e nas capitais, a qualidade desses equipamentos e o nível de capacitação dos profissionais que realizam e interpretam as mamografias também é desigual entre os serviços”, avalia o oncologista clínico Max Mano, chefe do grupo de câncer de mama do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).

“Não existem dados consolidados representativos desta realidade do Brasil como um todo”, afirma a radiologista Linei Urban, coordenadora da Comissão Nacional de Qualidade em Mamografia, formada por Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). “As clínicas que buscam o selo de qualidade do CBR o fazem voluntariamente; muitas vezes já têm segurança de que seus exames estão em conformidade com os padrões exigidos”, explica.

De acordo com o Dr. Max Mano, é frequente a repetição do exame por falta de qualidade de mamografias realizadas em outros serviços. “Recebemos exames bem feitos, mas também é comum precisarmos solicitar um novo laudo ou mesmo novas imagens”, relata o oncologista. A recomendação internacional é de que o índice de necessidade de repetição seja menor que 10%.

Menos de 10% dos mamógrafos do país foram avaliados

O Ministério da Saúde editou a Portaria 2.898, em 2013, tornando obrigatória a participação de todos os estabelecimentos que realizam o exame no Programa Nacional de Qualidade em Mamografia (PNQM). A norma abrange serviços públicos e privados, vinculados ou não ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O PNQM avalia os serviços com base em critérios e parâmetros referentes à qualidade da estrutura, do processo, dos resultados, da imagem clínica e do laudo. Contudo, passados mais de três anos, dos 5,5 mil mamógrafos registrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), menos de 400 foram avaliados.

“A dificuldade está na primeira fase da avaliação, quando cada Vigilância Sanitária local precisa verificar se os serviços de mamografia de sua área estão cumprindo os requisitos mínimos de qualidade relacionados à infraestrutura, equipamentos e treinamento dos profissionais”, explica o físico João Emílio Peixoto, responsável no Instituto Nacional de Câncer (Inca) pela avaliação da qualidade dos exames encaminhados pelos serviços em cumprimento ao PNQM. “Isso não está sendo feito ou os serviços não estão cumprindo os requisitos. Somente concluída esta etapa, podemos proceder a avaliação da qualidade dos exames realizados”, afirma.

Experiências de controle são efetivas para melhorar a qualidade

Estudo publicado na Revista de Saúde Pública em 2012 comprova que as intervenções no Programa de Controle de Qualidade da Mamografia foram efetivas para a melhoria da qualidade do exame e do monitoramento dos serviços que compõem a rede SUS em Goiás.

O percentual de serviços classificados como inaceitáveis em relação aos critérios técnicos avaliados diminuiu de 77,1%, em 2007, para 40%, em 2009. Os médicos, no entanto, continuavam a dispor de mamografias de qualidade inferior e eram mais propensos a diagnósticos incorretos. “É necessário dar continuidade às ações de controle de qualidade, inclusive nos serviços que não atendem ao SUS”, frisam os autores do estudo.

Um piloto do Programa Nacional de Qualidade em Mamografia implantado de março de 2007 a agosto de 2008 em 53 serviços de mamografia do SUS, no estado da Paraíba e nas cidades de Belo Horizonte, Goiânia e Porto Alegre, indicou que aspectos relacionados à infraestrutura, dose de radiação e qualidade da imagem precisam ser aprimorados. Conforme o relato da experiência na página do Inca, “é necessário também implantar ações de capacitação continuada de técnicos e radiologistas com o objetivo de melhorar a qualidade dos exames (posicionamento da paciente e técnica radiográfica) e da interpretação radiológica”.

Um terço dos requisitos de infraestrutura (sala de exame, vestimentas de proteção individual, características e instalação do mamógrafo e da processadora) não foram cumpridos. O índice de não conformidade encontrado nos processos que controlam a qualidade da imagem e a dose de radiação foi de 25%.

O percentual de conformidade para os exames selecionados e apresentados pelos serviços foi de 93% para o posicionamento correto e de 90% para a qualidade da imagem. No entanto, houve discordância em 3 de cada 10 conjuntos de exames comparando-se a interpretação dos radiologistas dos serviços e a dos especialistas do Colégio Brasileiro de Radiologia.

Desafios do combate ao câncer de mama no Brasil

A estimativa do Inca é de que 58 mil mulheres sejam acometidas por câncer de mama ao ano no país e que haja 14 mil mortes. Trata-se de um dos tipos de neoplasia mais frequentes no Brasil, abrangendo 25% dos casos da doença.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que 70% das mulheres com mais de 40 anos realize mamografia todo ano. Levantamento da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Rede Goiana de Pesquisa em Mastologia mostra que ainda estamos longe de atingir essa meta. A maior cobertura ocorre em Santa Catarina (31,35) e a menor no Pará (7,5%).

“Embora estejamos evoluindo na qualidade das mamografias como resultado de diversas iniciativas, o Brasil ainda não conseguiu reduzir a mortalidade por câncer de mama, que é o objetivo principal de todo programa de rastreamento”, ressalta a Dra. Linei Urban. “Permanecem como desafios a falta de cobertura adequada, a qualidade insatisfatória de parte dos exames realizados e também o desconhecimento de pacientes que ainda não procuram o exame como ação preventiva rotineira”, finaliza a coordenadora da Comissão Nacional de Qualidade em Mamografia.

Neste dia 4 de fevereiro, é celebrado o Dia Mundial do Câncer, data criada pela União Internacional de Controle do Câncer com o intuito de reforçar a importância da adoção de hábitos saudáveis, atitudes de prevenção, diagnóstico precoce e difundir práticas e tratamentos inovadores contra os mais de 200 tipos diferentes da doença existentes.

Atualmente, estima-se que 4 em cada 10 indivíduos apresentarão algum tipo de câncer ao longo da vida (excluindo dessa conta os tumores superficiais de pele).  E, apesar de todos os avanços já alcançados no tratamento, a prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo fundamentais para o melhor controle da doença.

“Com o aumento na expectativa de vida da população, o câncer deverá se tornar a principal causa de morte ao redor do mundo em pouco mais de uma década”, explica o Dr. Claudio Ferrari, secretário de Comunicação da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Um exemplo disso é que, só no biênio 2016/2017, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são esperados mais de 590 mil casos de câncer no Brasil.

De acordo com o oncologista, o enfrentamento do câncer é um desafio coletivo. “Todos têm um papel a cumprir: a população precisa adotar hábitos alimentares e estilo de vida mais saudáveis; o sistema de saúde deve criar políticas de rastreamento e investir mais recursos em diagnóstico; e os médicos devem dispor de atenção permanente para sintomas e sinais dessa doença”, diz Ferrari.

SBOC Cartilha prevencao 1Dicas de prevenção contra o câncer em diversas fases da vida

Para ajudar a população a se engajar na luta contra o câncer, a SBOC disponibiliza em seu site a cartilha A prevenção do câncer ao alcance de todos, escrita pelo Dr. Claudio Ferrari. Veja alguns dos destaques da publicação:

Crianças, pré-adolescentes e adolescentes

Ao contrário do que se imagina, a prevenção do câncer deve começar na infância. Vários fatores colaboram para isso.

Alimentação – O padrão de alimentação é um importante determinante do risco para desenvolvimento do câncer. Como os hábitos alimentares são adquiridos em casa, ainda na infância, deve-se olhar para este tema como um investimento no futuro. Estudos científicos confirmam os benefícios de uma dieta rica em folhas, legumes e frutas (várias porções ao dia), azeites, grãos, castanhas e peixes. Por outro lado, é importante limitar ingestão de açúcar, alimentos enlatados e defumados. A opção pelo consumo de pães e massas feitas de farinha integral também é indicada.

Cuidados com o sol – Tomar sol é um hábito saudável, que contribui para o desenvolvimento ósseo, mas exposição exagerada determina um risco crescente de desenvolvimento do câncer de pele. Para evitar prejuízos causados pelos raios ultravioletas, recomenda-se uso de protetor solar em toda exposição à luz do sol e, sempre que possível, antes das 10h e após as 16h.

Vacinação – Algumas vacinas são capazes de evitar infecções por vírus relacionadas a certos tipos de câncer. O vírus da hepatite B e o HPV são alguns deles. Por isso, é fundamental seguir rigorosamente o calendário de vacinação.

Exercícios – Vivemos uma epidemia global de obesidade e sedentarismo e a melhor forma de combatê-la é ensinar nossas crianças a brincar, correr, treinar, jogar e se divertir. Exercícios são importantes para o desenvolvimento neuromuscular e do metabolismo humano, formação dos ossos, preservação da autoestima e, por fim, evitam o câncer.

Jovens e adultos

Fumo – É responsável por aproximadamente 16% de todos os casos de câncer no mundo, sendo a principal causa evitável para essa doença. Estudos apontam que o tabaco seja fator determinante para a morte de cerca de 5 milhões de pessoas anualmente no mundo. É possível encontrar centenas de agentes cancerígenos na fumaça do cigarro, de forma que não existe quantidade segura do produto que possa ser consumida sem preocupação.

Alimentação – Nesta fase da vida, aumenta muito o número de refeições feitas fora de casa. O reflexo direto disso é a predileção por alimentos industrializados e dietas pouco saudáveis. É fundamental manter na dieta frutas, legumes e folhas.

Álcool – Além de aumentar o risco de acidentes automobilísticos, o consumo crônico de bebidas está relacionado ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer, como de boca, garganta, laringe, esôfago e fígado, por exemplo.

Sexo seguro – Alguns vírus que podem ser transmitidos em contatos íntimos ou em relações sexuais estão relacionados a um maior risco de câncer. Destaque para o HIV, hepatites B e C, Epstein-Bar e HPV. Apesar de já existirem vacinas para combater alguns deles, a recomendação é adotar medidas que propiciem segurança, como utilizar preservativos.

Adultos e idosos

Exames – É na fase adulta que os exames se mostram mais importantes para o combate ao câncer. É por meio dos exames de rastreamento que é possível identificar cânceres na cavidade oral, pulmão, esôfago e estômago, mama, colo uterino, cólon e reto e próstata.

Controle de peso – Exercícios e alimentação adequada são fundamentais em todas as idades, mas no caso de adultos e idosos, tornam-se ainda mais relevantes. De modo geral, é indicado para melhorar a qualidade de vida, fortalecer os sistemas cardiovascular e imunológico, além de reduzir o risco de doenças cardiovasculares. No entanto, sabemos também que o controle do peso e os exercícios reduzem o risco de desenvolvimento de diferentes tipos de câncer.

Comunicado sobre a anuidade da SBOC

Notícias Sexta, 03 Fevereiro 2017 18:59

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica informa que os associados que não entraram em contato com a Administração da SBOC a fim de disponibilizar seu número de CPF com o objetivo de proceder o registro bancário do boleto, conforme legislação vigente, poderão realizar o pagamento da anuidade por meio de depósito identificado até 10 de fevereiro de 2017.

Dados bancários para o depósito identificado:

Banco Santander

Agência: 4230

Conta corrente: 130006564

CNPJ: 18 274 290/0001-27

Em dezembro passado, o Dr. Gilberto de Castro Junior, chefe da área de Oncologia Torácica e Câncer de Cabeça e Pescoço do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), apresentou os resultados do estudo ASCEND-4 na 17ª Conferência Mundial de Câncer de Pulmão da International Association for the Study of Lung Cancer (IASLC), em Viena, na Áustria.

O estudo mostrou a superioridade do ceritinibe quando comparado à quimioterapia como tratamento de primeira linha para câncer de pulmão não-pequenas células (CPNPC) metastático com translocação da cinase do linfoma anaplásico (ALK+). “Os resultados são muito animadores. A sobrevida livre de progressão, que era o desfecho principal do estudo, foi de 8,1 meses no braço da quimioterapia e 16,6 meses no braço do ceritinibe”, explica o Dr. Gilberto.

Comparador atual

O ASCEND-4, estudo de fase III, randomizou 376 pacientes com CPNPC metastático ALK+ para receberem ceritinibe de primeira linha ou o tratamento padrão – pemetrexede com cisplatina ou carboplatina – por quatro ciclos, seguido de manutenção com pemetrexede. Ao todo, os pacientes foram tratados durante uma média de 66 semanas com ceritinibe e 29 semanas com a quimioterapia. Pacientes do Icesp participaram do estudo, que começou há dois anos e meio e segue agora na investigação da sobrevida global. “É interessante observar que o  pemetrexede é uma medicação moderna, portanto, o resultado do ceritinibe foi frente a um comparador bastante atual”, afirma o Dr. Gilberto.

O ceritinibe é um inibidor de ALK aprovado em 2014 pelo Food And Drug Administration (FDA) para CPNPC ALK+. No estudo, a taxa de resposta à droga foi de 72,5% contra 26,7% no braço da quimioterapia. Atualmente, no Brasil, a única alternativa para o tratamento de pacientes diagnosticados com CPNPC ALK+ – que correspondem a 4% dos casos de adenocarcinoma de pulmão – é o crizotinibe (ainda não disponível para pacientes do Sistema Único de Saúde – SUS). “Participar de protocolos internacionais como este é fundamental para o Brasil”, avalia o Dr. Gilberto. “Um dos principais motivos é dar a chance de pacientes serem tratados com medicamentos potencialmente eficazes e aos quais eles dificilmente teriam acesso, seja no serviço público, na saúde suplementar ou mesmo privada”, conclui.

Leia mais sobre os resultados do estudo.

No dia 4 de fevereiro, sábado, será comemorado o Dia Mundial do Câncer. A data foi criada pela União Internacional de Combate ao Câncer para reforçar principalmente a importância da prevenção. Para falar sobre o assunto, a GloboNews ouviu o vice-presidente de Organização, Planejamento e Administração da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Jorge Sabbaga, que lembrou a importância da detecção precoce de tumores pré-malignos e da prevenção de fatores de risco, como o tabagismo e a obesidade, para o enfrentamento do câncer.

Em 2017, a expectativa é de que sejam diagnosticados 596.070 novos casos de câncer no Brasil. Na reportagem, o Dr. Jorge Sabbaga esclarece ainda que há uma subnotificação importante do câncer no país, citando como exemplo os Estados Unidos, que têm uma população 1,5 vez maior que a brasileira e o triplo de casos identificados. “Contudo, é possível afirmar que a incidência da doença vem aumentando no Brasil por conta, especialmente, do envelhecimento da população”, avalia.

Quanto ao diagnóstico precoce, o vice-presidente da SBOC ressalta que, principalmente no Nordeste do país, ainda há considerável dificuldade de acesso aos exames. “Grande parte dos tumores, se tratada precocemente, não causaria mortalidade”, afirma. O Brasil registrou 189.454 mortes por câncer, em 2013, e 195.029 no ano seguinte.

Confira a entrevista completa do Dr. Jorge Sabbaga à GloboNews, na terça-feira (31/01).

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica informa que a anuidade da SBOC, a partir deste ano, será enviada por e-mail para todos os associados.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o imunoterápico nivolumabe (Opdivo®) para câncer de rim metastático em 12 de dezembro do ano passado (veja a publicação oficial). Por ter resultados significativamente superiores ao tratamento de segunda linha padrão (everolimus), o nivolumabe tornou-se a nova opção terapêutica para esses casos.

De acordo com o oncologista clínico Fabio Schutz, um dos autores do estudo fase III CheckMate 025, que embasou a aprovação da agência reguladora brasileira, o medicamento já está sendo utilizado nos atendimentos particulares e via planos de saúde no país. “Conseguimos autorização para utilização do nivolumabe com posterior reembolso para três pacientes neste período de pouco mais de um mês”, comenta o médico, que é membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e coordenador de Oncologia Clínica da Unidade São Joaquim da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

O câncer renal acomete 338 mil pacientes por ano em todo o mundo, sendo 30% com presença de metástase no momento do diagnóstico. A conclusão do estudo de referência é que, entre os doentes com carcinoma de células renais avançado previamente tratados, a sobrevida global foi maior e ocorreram menos efeitos adversos de grau 3 ou 4 com nivolumabe em comparação ao everolimus.

Resultados superiores de nivolumabe

A mediana de sobrevida global foi de 25 meses no grupo do nivolumabe e de 19,6 meses no grupo do everolimus. Dos 410 pacientes randomizados para receber o nivolumabe, 183 (45%) morreram, enquanto dos 411 pacientes randomizados para receber everolimus, 215 (52%) foram a óbito. A redução de risco de morte foi da ordem de 27% com nivolumabe versus everolimus (Hazard ratio foi de 0,73).

A taxa de resposta objetiva também foi maior com o nivolumabe do que com o everolimus: 25% contra 5%. Respostas parciais foram observadas em 99 pacientes (24%) no grupo do nivolumabe e em 20 pacientes (5%) no grupo do everolimus. Entre os pacientes com resposta ao tratamento, 49 (48%) no grupo do nivolumabe e 10 (45%) no grupo do everolimus tiveram uma resposta contínua; 32 pacientes (31%) no grupo do nivolumabe e 6 (27%) no grupo everolimus tiveram uma resposta contínua por 12 meses ou mais.

Os investigadores observaram, ainda, uma sobrevida consistentemente prolongada com nivolumabe em comparação ao everolimus. “Além disso, o nivolumabe melhora os escores de qualidade de vida ao longo do tempo do tratamento, e o everolimus não”, enfatiza o Dr. Fabio Schutz.

Por fim, destaca-se a melhor tolerância aos efeitos colaterais do nivolumabe, mais uma vez em comparação ao tratamento anterior. Via de regra, o medicamento causa menos efeitos colaterais e estes são mais bem tolerados. “As terapias-alvo em geral têm efeitos colaterais semelhantes. Mas, no caso dos imunoterápicos como nivolumabe, os efeitos colaterais são muito mais brandos, o que foi observado neste estudo”, ressalta o membro da SBOC.

Imunoterápicos: nova era em Oncologia

“O nivolumabe tem um mecanismo de ação inovador, diferente de todas as outras opções de tratamento para câncer renal disponíveis até então”, completa o Dr. Fabio Schutz, referindo-se a este imunoterápico, cuja classe representa uma nova era em Oncologia por estimular o sistema imunológico do paciente para que o próprio organismo combata o câncer.

No Brasil, o medicamento nivolumabe já era utilizado para melanoma e câncer de pulmão. O médico conta que há estudos promissores para sua utilização em diversos outros tipos de câncer, como tumores de cabeça e pescoço, gastrintestinais, do sistema nervoso central, do ovário e linfoma.

A Divisão de Hematologia/Oncologia da Feinberg School of Medicine da Northwestern University, nos Estados Unidos, está com inscrições abertas para o fellowship do Programa de Desenvolvimento Terapêutico. A carta de interesse e o currículo devem ser encaminhados para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Veja mais detalhes para a submissão no folder do programa

Está em tramitação no Congresso o projeto de lei do Senado n° 200, de 2015, que regulamenta a pesquisa clínica em seres humanos no Brasil. De autoria dos senadores Ana Amélia, Waldemir Moka e Walter Pinheiro, o projeto já foi aprovado pelas comissões de Constituição, Justiça e Cidadania, Ciência e Tecnologia e de Assuntos Sociais do Senado. O principal objetivo é estabelecer prazos para que os protocolos de estudos clínicos nacionais e internacionais sejam autorizados no país.

Segundo o Dr. Carlos Gil Ferreira, vice-presidente para Pesquisa Clínica e Estudos Cooperativos da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a participação do Brasil em protocolos de estudos internacionais patrocinados pela indústria farmacêutica começou na década de 90 e teve seu auge no final dos anos 2000. “De lá para cá, a lentidão do processo de análise e aprovação pelo Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) começou a travar o processo de aprovação”, diz ele. “Há casos de protocolos que levaram mais de um ano para serem aprovados, enquanto que em países do Leste Europeu, que são muito competitivos nessa área, a liberação ocorre em um mês. Digno de nota: sem nenhum prejuízo ético ou risco para a população desses países”, compara.

De acordo com o Dr. Carlos Gil, os protocolos de estudos clínicos internacionais têm um papel científico importante e também cunho social porque permitem que pacientes tenham acesso a tratamentos que ainda não estão disponíveis no país. “Por isso, a SBOC apoia o projeto de lei do Senado desde o primeiro momento. Caminhamos bastante, mas precisamos agilizar tanto a aprovação de protocolos internacionais quanto de estudos inovadores nacionais, que precisam passar pelo mesmo processo de aprovação”, avalia.

Projeto de lei estipula prazo de 90 dias

De acordo com dado da Aliança Pesquisa Clínica Brasil – movimento que reúne representantes de pacientes, médicos, pesquisadores e farmacêuticas –, em 2013, o país deixou de participar de 112 estudos multicêntricos, voltados para o tratamento de câncer e HIV. “Para se ter uma ideia, apenas 2% dos protocolos de pesquisa clínica do mundo são aplicados no Brasil, enquanto nos Estados Unidos, esse índice ultrapassa 40%”, explica o oncologista clínico Fábio Franke, presidente da Aliança Pesquisa Clínica Brasil e membro da SBOC.

O Dr. Franke, que é um dos principais articuladores do projeto, observa que mesmo antes da aprovação do projeto de lei, os prazos para autorização dos protocolos de pesquisa começaram a diminuir. “Com a pressão do Senado, o Conep atualmente leva três meses para dar o primeiro parecer. Antes, era o dobro do tempo. Mas ainda não é o ideal”, diz o oncologista. Além da aprovação do Conep e da Anvisa – que libera a importação dos medicamentos -, é necessária a autorização de um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), o que faz com que o processo se estenda por mais de seis meses. O projeto de lei, que ainda não tem data para ser votado, estabelece um prazo máximo de 90 dias. 

O site da SBOC tem um espaço para informações voltadas aos pacientes com câncer. Nele, é possível fazer download da Cartilha dos Direitos do Paciente Oncológico, da cartilha Prevenção do Câncer ao Alcance de Todos e do livro Comida que Cuida.

Com informações atualizadas, a primeira cartilha traz a revisão das normas legais e jurisprudência existentes. A segunda é um guia prático para prevenção do câncer escrito pelo oncologista clínico Claudio Ferrari, secretário de Comunicação Social da SBOC.  Já o livro dá dicas de alimentação, para ajudar a diminuir o desconforto causado pela quimioterapia ou radioterapia e estimular o paciente a comer melhor durante o tratamento. Faça download dos materiais.

Para facilitar o entendimento da doença, alguns dos principais centros de tratamento de câncer também reúnem informações relevantes para os pacientes. Nos folhetos e cartilhas, que podem ser baixados gratuitamente, há desde explicações sobre os principais tipos de tumores até dicas para aliviar os sintomas causados pelo tratamento.  Conheça alguns deles.

Orientações aos pacientes e familiares

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) disponibiliza em sua página orientações de apoio ao tratamento. São diversos tópicos, como quimioterapia, radioterapia, sonda alimentar etc. Cada cartilha explica como são feitos os tratamentos, aborda os efeitos colaterais e traz recomendações para que o paciente possa lidar melhor com eles. Confira.

Espaço do paciente

No site do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), há o espaço do paciente, que reúne cartilhas sobre alguns dos principais tipos de tumores que acometem os brasileiros: colo do útero, pulmão, pele e próstata. Nelas, há informações sobre prevenção, causas, sintomas e tratamento. Há ainda material com dicas para aliviar os sintomas causados pela quimioterapia. Clique para acessar.

Saúde e prevenção

A página do A.C. Camargo Cancer Center tem artigos de fácil compreensão sobre diversos temas relacionado ao câncer. Há ainda infográficos com informações detalhadas, a "Palavra do Especialista", que traz conteúdo produzido pelos médicos do centro, e um espaço dedicado para esclarecimentos sobre mitos e verdades em relação ao câncer. Leia os artigos.

Sintomas e tratamentos

De forma didática, é possível entender os diferentes tipos de tumores no site do Hospital de Câncer de Barretos. A página trata também de sintomas, prevenção e tratamentos. Acesse.

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