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Nos dias 7 e 8 de setembro, aconteceu, na cidade de Porto Alegre (RS), o Board Review da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Voltado aos oncologistas clínicos e residentes, o evento apresentou diretrizes e atualizações sobre os principais tipos de câncer, com especialistas considerados referência em suas áreas.

O conteúdo programático foi abordado de forma objetiva com aulas expositivas, respeitando a legislação e as aprovações vigentes no Brasil, organizadas em módulos que contemplaram as seguintes áreas da especialidade: rastreamento, prevenção e síndromes hereditárias; tumores geniturinários; neurológicos; de pulmão; de cabeça e pescoço; de pele e sarcomas; tumores ginecológicos, de mama; e gastrointestinais.

O Dr. Aníbal de Mello Nogueira, oncologista clínico de Ijuí (RS) que participou do evento, se disse impressionado com a qualidade do conteúdo abordado. “Os módulos foram dinâmicos, informativos e trouxeram uma ampla revisão para nós oncologistas, principalmente nas áreas onde não temos muita prática. Um evento sintético e muito prático”, afirmou o participante. A Dra. Angela Dal Pizzol Leite, residente do terceiro ano de oncologia (Porto Alegre), concordou com o colega e contou que achou muito bom o fato de o encontro abordar também as áreas pouco vistas em outros eventos, como sistema nervoso central e sarcomas. “É interessante termos a visão do todo, incluindo essas doenças pouco prevalentes na oncologia. E nesse contexto, o programa foi bem completo”, concluiu a residente.

Para a Dra. Angélica Nogueira Rodrigues, oncologista clínica membro da SBOC e palestrante do módulo sobre tumores ginecológicos, com a célere evolução da oncologia fica mais difícil para um profissional se atualizar isoladamente. “Trazer grandes especialistas para, em um curto intervalo de tempo, mostrar as práticas atualizadas é quase um presente para os médicos oncologistas que querem atuar de acordo com as melhores evidências”, disse a médica. Dra. Fernanda Casarotto, oncologista clínica membro da SBOC e palestrante do módulo sobre tumores de cabeça e pescoço, destacou o fato de o evento acontecer em regiões diferentes. “Muitas vezes os eventos são centralizados em São Paulo ou no Rio de Janeiro e levar o Board Review para diferentes regiões demonstra uma preocupação com a inclusão na educação oncológica”, ressaltou a especialista.

Além da edição em Porto Alegre, neste ano aconteceram outros três encontros: o de Salvador (BA), em 31 de agosto e 1º de setembro; o de Brasília (DF), em 14 e 15 de setembro; e o de São Paulo (SP), nos dias 21 e 22 do mesmo mês.

Acesse aqui mais informações sobre os Board Reviews SBOC.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou as Listas de Medicamentos e Diagnósticos Essenciais - documentos de orientação aos países com os produtos que devem ser priorizados pelos governos no abastecimento do sistema público de saúde.

Foram adicionadas à Lista de Medicamentos Essenciais cinco terapias contra o câncer, consideradas as melhores em termos de taxas de sobrevivência para tratar câncer de pele melanoma, pulmão, próstata e cânceres hematológicos. A OMS incluiu duas imunoterapias, o Nivolumab e o Pembrolizumab, que fornecem até 50% de sobrevida aos pacientes com melanoma avançado, um câncer que até recentemente era incurável. Também foram introduzidos o Desatinibe, para leucemia e linfoma; o Bortezomibe e a Lenalidomida, para o Mieloma Múltiplo; e medicações via oral para o câncer de próstata, como a Abiraterona, e para o câncer de pulmão EGFR mutado, como o Gefitinibe ou Erlotinibe.

Com essa lista, a OMS sugere fortemente onde os governos devem investir recursos para seus sistemas de saúde. Nos últimos 10 anos, metade das novas inclusões contemplaram medicações oncológicas. A OMS recomenda que os governos se empenhem em negociar com as indústrias condições para ampliar o acesso. “O mínimo que esperamos é que essas terapias sejam incorporadas ao SUS rapidamente, já que são classificadas pela OMS como essenciais. Vamos acompanhar para que não se repita o que aconteceu com o Trastuzumabe, usado no tratamento adjuvante de câncer de mama HER2 positivo mestatático. Ele estava na lista de medicamentos essenciais da OMS desde 2015, mas só foi incorporado ao SUS em 2017”, explana Dr. Sergio D. Simon, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

Das cinco terapias incluídas na lista da OMS, somente a Abiraterona, para o tratamento de câncer de próstata metastático, está em processo de incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS). Em 25 de julho, a decisão de incorporação foi publicada pelo Ministério da Saúde e a tecnologia deverá estar disponível para os pacientes daqui a seis meses.

Com a atualização da lista este ano, 460 produtos são considerados essenciais no atendimento às principais necessidades de saúde pública. Metade dos medicamentos que foram incorporados à lista nos últimos 10 anos são para tratar diferentes tipos de câncer, e a cada ano são recebidas de 20 a 30 solicitações relacionadas a essa doença.


Lista de Diagnósticos Essenciais

A primeira Lista de Diagnósticos Essenciais foi publicada em 2018, concentrando-se em um número limitado de infeções prioritárias, como HIV, malária, tuberculose e hepatites. Este ano, o catálogo foi expandido para abranger mais doenças não transmissíveis e transmissíveis.

Considerado os desafios do diagnóstico precoce do câncer (70% das mortes por pela doença ocorrem em países de baixa e média renda, principalmente porque a maioria dos pacientes é diagnosticada de forma tardia), a OMS adicionou à lista 12 testes para detectar uma ampla gama de tumores sólidos. Para apoiar o diagnóstico adequado, uma nova seção cobrindo testes anatomopatológicos foi adicionada; este serviço deve ser disponibilizado em laboratórios especializados.

Para ver as Listas de Medicamentos e Diagnósticos Essenciais na íntegra, acesse o portal da OMS

As inscrições para o Prêmio ASCO IDEA - International Development and Education Award (Prêmio Internacional de Desenvolvimento e Educação), um dos mais expressivos reconhecimentos acadêmicos na oncologia internacional, estão abertas desde 1º de agosto. Destinado aos jovens oncologistas de países com renda baixa e média (segundo o Banco Mundial), o prêmio tem como objetivo facilitar a troca de conhecimento entre oncologistas e membros da ASCO.

Também estão abertas as inscrições para o Prêmio ASCO IDEA em Cuidados Paliativos (IDEA-PC), que oferece aos oncologistas educação médica em cuidados paliativos, auxilia no desenvolvimento de carreira e ajuda a estabelecer fortes relacionamentos com os membros líderes da ASCO nessa área.

Em ambos os programas, além da participação no congresso anual da entidade, cada especialista selecionado terá um mentor da ASCO e participará de uma visita à instituição desse mentor para acompanhar as atividades por uma semana, a fim de criar um vínculo para o desenvolvimento de futuros projetos em parceria. Os premiados também receberão três anos de filiação à ASCO, incluindo uma assinatura do Journal of Clinical Oncology.

As inscrições para os prêmios vão até 31 de outubro de 2019. Entre 18 a 19 candidatos são selecionados anualmente, de todos os continentes. O processo seletivo contempla a avaliação do histórico acadêmico; análise do currículo; avaliação de experiências prévias, incluindo a participação em pesquisas e prêmios já conquistados; carta de recomendação da instituição onde atua, entre outros requisitos.

A cerimônia de premiação será realizada durante o ASCO Annual Meeting, em Chicago, de 28 de maio a 2 de junho de 2020.

Os dois pêmios são apoiados pela Conquer Cancer®, a Fundação ASCO. O ASCO IDEA já foi entregue a mais de 300 profissionais ao redor do mundo, sendo cerca de 20 brasileiros.

Para ler o regulamento completo, com todos os critérios de elegibilidade, ou para se inscrever, clique aqui.

 

No último sábado, 3 de agosto, aconteceu o segundo dia do Encontro de Sociedades Médicas: Diagnóstico e Conduta, promovido em conjunto pelas Sociedades Brasileiras de Oncologia Clínica (SBOC), Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Patologia (SBP) e pelo Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR).

A primeira sessão do dia foi sobre tumores do trato gastrointestinal. Dr. Daniel Cury Ogata, patologista e gestor do Grupo Infolaudo, abordou a discussão sobre a graduação dos tumores pós neoadjuvância, falou dos novos conceitos nos tumores da área e da visão crítica sobre como identificar neoplasias relacionadas a MMR. Estudos sobre Watch and Wait em câncer de reto foram apresentados pelo Dr. Alisson Borges, radio-oncologista da Rede D'Or, que trouxe a questão sobre a segurança dessa estratégia na prática clínica. Dra. Ignez Braguiroli, oncologista, também da Rede D'Or, falou sobre os desafios do uso de imunoterapia em TGE. Mudanças na conduta cirúrgica em tumores MSI foi o tema da apresentação do Dr. Heber Salvador, cirurgião oncológico do A.C.Camargo Cancer Center. E, finalizando a sessão, antes do debate aberto ao público, Dr. Cristovam Scapultempo, diretor de patologia do Grupo COI, falou sobre recursos laboratoriais para diagnóstico e monitoramento de câncer do trato gastrointestinal.

A sessão sobre câncer de mama teve como palestrantes a Dra. Marina De Brot, patologista do A.C.Camargo Cancer Center; o Dr. Fabricio Brenelli, cirurgião oncológico da BP (Beneficência Portuguesa); e o Dr. Samir Hanna, radio-oncologista do Hospital Sírio Libanês. Classificação molecular e testes multigênicos, indicação cirúrgica diferenciada e tratamento com radioterapia foram os temas discutidos na sessão, que foi coordenada pelo Dr. Clovis Klock, presidente da SBP.

O evento também teve como destaques as discussões de casos, com os oncologistas clínicos Dr. Virgilio Souza, do A.C.Camargo Cancer Center, e Dr. Guilherme Nader Marta, do Hospital Sírio Libanês; a Conferência Magna sobre atualização em marcadores tumorais circulantes, com o Dr. Adagmar Andriolo, patologista clínico da Unifesp; e duas miniconferências: a primeira sobre novas terapias sistêmicas para melanoma, com o Dr. Gustavo Schvartsman, oncologista clínico do Hospital Albert Einstein, e a segunda sobre diagnóstico liquórico, com o Dr. Carlos Senne, patologista fundador do Senne Liquor Diagnóstico.

A última sessão do evento tratou sobre tumores do trato geniturinário. Dra. Katia Leite, patologista do Hospital Sírio Libanês, falou sobre a biópsia no câncer de próstata, as características e dificuldades nessa avaliação e a disponibilidade de biomarcadores diagnósticos e prognósticos para orientação do manejo do paciente no tratamento primário e adjuvante. Na segunda palestra da sessão, Dr. Publio Viana, coordenador da Divisão de Radiologia Geniturinária do Hospital das Clínicas e Icesp-HCFMUSP e médico do Hospital Sírio Libanês, apresentou o papel da ressonância magnética multiparamétrica no rastreio do câncer de próstata. Em seguida, Dr. Marcelo Queiroz, especialista do Hospital Albert Einstein, falou sobre PET-CT no estadiamento inicial e na recidiva desse tipo de câncer; Dr. Wladimir Alfer, cirurgião oncológico do Hospital Albert Einstein, apresentou indicações de cirurgia robótica; e o Dr. Gustavo Rosa Maciel, médico do Grupo Fleury falou sobre a abordagem genômica no câncer ginecológico. O evento se encerrou com o debate aberto ao público sobre a última sessão, coordenado pelo Dr. Diogo Assed Bastos, oncologista clínico do Hospital Sírio Libanês, e pelo Dr. Ícaro Carvalho, radio-oncologista do Hospital das Clínicas.

Nos dois dias de evento, mais de 30 convidados de grandes instituições consideradas referência no diagnóstico e tratamento dos principais tipos de câncer abordaram desafios e atualizações da patologia, cirurgia oncológica, oncologia clínica e radioterapia. Para Dr. Wilson Shcolnik, presidente SBPC/ML, a missão do evento foi cumprida. "Promovemos apresentações e debates sobre atualização oncológica e as necessidades das especialidades que atuam na área. Além da programação que trouxe temas de extrema relevância, os debates enriqueceram ainda mais o evento", afirmou Dr. Wilson. "Programamos este evento com o cuidado de abordar temas sobre as principais especialidades da oncologia, com um conteúdo extremamente importante para a integração multidisciplinar, que é essencial para oferecermos as melhores opções aos pacientes", concluiu Dra. Cinthya Sternberg, diretora da SBOC.

Promovido pelas Sociedades Brasileiras de Oncologia Clínica (SBOC), Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Patologia (SBP) e pelo Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), o Encontro de Sociedades Médicas: Diagnóstico e Conduta contou com a participação de grandes nomes nas áreas de diagnóstico e tratamento do câncer. 

Na abertura, os presidentes das quatro entidades falaram sobre os objetivos e a importância do evento. “Estamos promovendo o encontro entre especialidades fundamentais tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento do câncer. Por ser uma doença complexa, o câncer exige essa integração. São várias doenças dentro de uma só”, disse Dr. Sergio Simon (SBOC). Dr. Wilson Shcolnik (SBPC/ML) falou sobre os avanços científicos e tecnológicos que imprimem uma nova perspectiva no combate ao câncer: “A evolução no diagnóstico e no tratamento é constante e a programação deste evento visa contribuir com a atualização oncológica, promovendo a oportunidade de discutir as necessidades atuais dessas especialidades, principalmente no relacionamento entre elas”. Para Dr. Alair Augusto dos Santos (CBR), esse evento deveria tornar-se periódico: “A união das sociedades médicas é de extrema importância para os avanços no tratamento do câncer”. Já o Dr. Clóvis Klock (SPB) citou a relevância da programação do evento: “Uma programação rica, com oportunidades de agregar conhecimentos em diversas áreas”.

O programa foi divido em módulos de palestras, tratando sobre os principais tipos de câncer. “Foi uma satisfação muito grande elaborar o programa deste evento, pois ele traduz a multidisciplinaridade, que é essencial para quem atua na oncologia”, discursou a Dra. Cinthya Sternberg, diretora da SBOC e responsável pelo programa do evento. Ela também foi a coordenadora do primeiro módulo, que teve como tema tumores de pulmão. Nesse módulo, Dr. Clóvis Klock apresentou como as demais especialidades podem contribuir para que o patologista possa atuar com precisão no diagnóstico e identificar os fatores preditivos de resposta a terapia-alvo e imunoterapia do câncer de pulmão localizado e metastático. Um exemplo citado pelo patologista foi a utilização do formol inadequado ou pelo tempo errado, o que pode alterar completamente o resultado da himunoistoquímica e que, infelizmente, acontece em alguns casos. Dra. Maira Freire, pesquisadora coordenadora do Grupo Hermes Pardini, ministrou sobre os recursos laboratoriais para diagnóstico e monitoramento do câncer de pulmão. A influência da conduta cirúrgica no diagnóstico anatomopatológico/molecular foi abordada pelo Dr. Ricardo dos Santos, do Núcleo de Cirurgia do Hospital Albert Einstein. Dr. Carlos Vita, do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês, falou sobre a radiocirurgia, mostrando que esse tratamento pode ser uma boa abordagem para pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células.

Ainda no módulo sobre tumores de pulmão, Dr. William Nassib William, membro da SBOC e coordenador de Oncologia da BP (Beneficência Portuguesa), apresentou a influência do diagnóstico anatomopatológico/molecular no tratamento sistêmico, explicando qual biomarcador solicitar diante de um caso de câncer de pulmão metastático recém-diagnosticado. E a última palestra do módulo tratou sobre abordagem radiológica, com o Dr. Pablo Santana, radiologista da BP e do Grupo Fleury.

A Conferência Magna trouxe um convidado internacional, Dr. David Hyams, Diretor do Núcleo de Cirurgia Oncológica do Eisenhower Medical Center, na Califórnia, EUA. Ele falou sobre os avanços no diagnóstico em câncer de mama, apresentando diversos estudos relevantes para o progresso no tratamento da doença.

A programação do segundo dia de evento abordará câncer do trato gastrointestinal, tumores de mama e do trato gênito urinário. Estão previstas duas miniconferências, além da Conferência Magna e também discussões de casos clínicos.

Neste ano, teve início o processo de atualização do rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) referente ao ciclo 2019/2020. De fevereiro a maio, toda a sociedade pôde solicitar novas incorporações por meio do FormRol, formulário específico disponibilizado pela ANS.

De uma forma inédita, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) centralizou a submissão de 26 novas drogas e alguns procedimentos para tratamento de câncer. "Foi a primeira vez que uma sociedade médica realizou tantas submissões de uma só vez. E o nosso empenho em promover o avanço da oncologia no Brasil é tanto que, com a colaboração de nossos especialistas, desenvolvemos critérios transparentes e realizamos uma análise cuidadosa dos medicamentos que seriam submetidos. Foram mais de 100 documentos minuciosamente avaliados”, diz o Dr. Renan Clara, Gerente Geral da SBOC e coordenador do processo de submissões na entidade.

E todo esse trabalho já mostra resultados. No fim de julho, a ANS publicou uma nota técnica com o parecer da etapa de análise de elegibilidade. Todas as submissões de medicamentos realizadas pela SBOC foram consideradas elegíveis, ou seja, as 26 solicitações de incorporação vão seguir para as próximas fases do processo de atualização do rol.

A ANS recebeu o total de 1.137 formulários de submissão, sendo 25% referentes a medicamentos, 59% a procedimentos e 16% a termos descritivos. Após o encerramento do período para envio dos documentos, a Diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos (DIPRO) da ANS deu início à etapa de análise de elegibilidade, usando como critérios a avaliação dos documentos, incluindo os estudos para subsidiar a análise do pleito, e a concordância com as condições legais e os requisitos previstos na Resolução Normativa nº 439.

Foram elegíveis para a próxima etapa 215 propostas, ou seja, apenas 19% do total. E todas as solcitações da SBOC estão incluídas nesse número. “Agora, inicia a próxima fase, que consiste na análise técnica de cada submissão com base em evidência clínica comprovada, avaliação econômica e análise de impacto orçamentário. Nossos especialistas participarão das reuniões do Comitê Permanente de Regulação da Atenção à Saúde (Cosaúde) para que, com o conhecimento técnico, possam ratificar a relevância e eficácia de cada solicitação”, explica o Dr. Tiago Farina Matos, Gerente Jurídico da SBOC.

Todas as submissões realizadas pela SBOC são de drogas e procedimentos já aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os medicamentos venosos são incorporados automaticamente logo após a sua aprovação pela Anvisa, mas as drogas orais, que representam grande parte das ferramentas mais modernas lançadas no mercado contra o câncer, precisam passar por esse processo de submissão para análise de custo-efetividade. Dr. Sergio Simon, presidente da SBOC, relata que um levantamento recente mostrou que 60 medicamentos para o tratamento de câncer foram aprovados pela agência reguladora americana (FDA) entre 2013 e 2017. Desses, mais da metade (32) receberam registro da Anvisa, e somente cinco foram incorporados pelos planos de saúde. “Por conta disso, centralizamos o maior número de submissões possível, desde que atendessem aos critérios da SBOC. E estamos confiantes na conquista de bons resultados para melhorar a vida dos pacientes no país”, conclui.

Veja abaixo o cronograma das etapas do ciclo de atualização do rol da ANS.

Cronograma ANS

Imagem do portal da ANS: ans.gov.br

A laringectomia total - retirada total da laringe, órgão onde ficam as cordas vocais - é um procedimento muitas vezes necessário no tratamento de tumores avançados de cabeça e pescoço, principalmente no de câncer de laringe. Ao ser submetido a esse procedimento, o paciente precisa readaptar sua vida a essa nova condição, o que geralmente torna-se um desafio.

Dr. Itzhak Brook, médico americano, membro do conselho da Head and Neck Cancer Alliance (tradução livre: Aliança para o Câncer de Cabeça e Pescoço), teve câncer de laringe em 2008 e decidiu transformar sua experiência, as dificuldades e seus medos durante o tratamento em um material prático para ajudar pacientes laringectomizados e seus cuidadores: o Guia do Laringectomizado.

O guia traz orientações sobre efeitos colaterais da radioterapia e quimioterapia, métodos de fala após a laringectomia, cuidados da via aérea, estoma e prótese vocal, além de diversas informações que impactam diretamente a vida dos pacientes, como alimentação, deglutição, respiração, cuidados dentários e psicológicos.

Dra. Aline Lauda Chaves, Diretora da SBOC, participou do processo de tradução do guia no Brasil, apoiada pela Atos Medical e por especialistas de outras instituições, e ratifica a importância desse material. "É fundamental que nós, profissionais de saúde, saibamos não apenas tratar o câncer, mas contribuir para o bem-estar dos pacientes. Acreditamos que o guia é uma ferramenta importante para a readaptação e melhora da qualidade de vida dos laringectomizados", diz Dra. Aline.

A SBOC apoia a divulgação do Guia do Laringectomizado e incentiva que os especialistas e demais profissionais de saúde indiquem aos seus pacientes.

Clique aqui para acessar o material.

Motivados a mudarem a realidade da pesquisa na região onde atuam. Foi assim que a Dra. Aline Barros Pinheiro e o Dr. Angelo Borsarelli Carvalho de Brito, residentes selecionados no Programa de Capacitação em Pesquisa Clínica da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) deste ano, saíram de Ijuí (RS). Entre os dias 17 e 19 de junho, eles estiveram no Centro de Pesquisa em Oncologia do Hospital de Caridade – Oncosite, considerado referência nacional na área, onde puderam acompanhar todas as etapas do desenvolvimento de um estudo clínico.

Dra. Aline, que é residente do terceiro ano da Santa Casa da Bahia – Hospital Santa Izabel, em Salvador, conta que ficou impressionada com o engajamento e com a interação dos integrantes da equipe de pesquisa. “Eles foram muito profissionais e se mostraram preocupados em disseminar o conhecimento que possuem. Nos apresentaram o passo a passo para a condução de um estudo clínico, desde como entrevistar os pacientes até a interação com a assitência. Acompanhamos cada etapa ali, na prática”, diz ela.

Para Dr. Angelo, residente do primeiro ano do A.C.Camargo Cancer Center, na capital paulista, os três dias em Ijuí passaram muito rápido, pois durante todo o período tinham atividades. “Foi como um treinamento prático. Acompanhamos cada processo e cada uma das áreas envolvidas, como farmácia, enfermagem, entre outras”, conta.

De acordo com o Dr. Fábio Franke, vice-presidente da SBOC para Pesquisa Clínica e Estudos Corporativos, coordenador do Centro de Pesquisa Clínica em Oncologia do Hospital de Caridade de Ijuí – Oncosite e do Programa de Capacitação em Pesquisa Clínica, os dois residentes puderam conhecer a rotina de um centro de pesquisa de perto, o dia a dia dos investigadores, da equipe de coordenadoras que trabalha diretamente na parte regulatória e na parte burocrática do estudo, o funcionamento de uma farmácia de pesquisa, o recrutamento dos pacientes, inclusão em um protocolo de pesquisa, discussão de todas as questões regulatórias e éticas da aprovação sanitária. “São detalhes que, por vezes, só a teoria não nos traz, mas sim o convívio, por meio da prática”, salienta.

“Essa experiência fez com que eu mudasse o meu olhar quanto à realização da pesquisa clínica no Brasil, pois a equipe de Ijuí consegue conduzir os estudos mesmo com tantos entraves burocráricos”, relata a Dra. Aline. Para ela, tudo o que viu no Programa é reproduzível e conhecer a história do Centro de Pesquisa e de como tudo foi construído contribuiu para entender o ponto de partida, os desafios esperados e também o tempo levado para conquistar o patamar atual. “Com toda a bagagem que eu recebi lá, estou disposta a vivenciar a pesquisa em qualquer lugar que eu vá trabalhar e minha intenção para o futuro é realmente montar um centro de pesquisa”, diz a residente.

O Dr. Angelo conta que a imersão também mudou a sua percepção. “Eu tive a oportunidade de interagir com os pacientes e perceber o quanto eles são gratos pelo trabalho realizado no Centro de Pesquisa. Isso porque é por meio da pesquisa clínica que eles podem conseguir medicações que são eficazes, mas ao mesmo tempo muito caras, e acessíveis apenas para uma pequena parte da população”, relata o futuro oncologista.

Na avaliação do Dr. Fábio Franke, o objetivo foi totalmente cumprido. “Acredito que conseguimos despertar nos residentes a motivação pela qual o programa da SBOC foi criado, que é disseminar a pesquisa clínica Brasil afora”, afirma. 

Foto equipe 2019

Os residentes com alguns integrantes da equipe do Centro de Pesquisas em Oncologia do Hospital de Caridade – Oncosite

Novas portas

Os dois residentes veem essa experiência como um diferencial que poderá abrir portas de atuação no futuro. “A importância da pesquisa no desenvolvimento do conhecimento e na melhora do tratamenro dos pacientes é essencial. Pude conhecer os processos e protocolos de pesquisa clínica. Isso me traz segurança para atuar na área e creio que fará a diferença na minha carreira”, ressalta Dr. Angelo.

“Eu vi uma nova porta se abrir, uma nova área de atuação. O Programa me mostrou que além da assistência na oncologia, é possível atuar na área de pesquisa também. E sei que é algo que nos próximos anos vai crescer muito aqui no Brasil, principalmente após a aprovação do marco regulatório da pesquisa clínica. Imagino que teremos uma grande demanda de estudos no país”, diz Dra. Aline.

Ela se refere ao projeto de lei 7082/2017, que está avançando na Comissão de Seguridade Social e da Família da Câmara dos Deputados. “Estamos bastante esperançosos de que o PL seja votado e finalizado nesta Comissão. O objetivo é que possamos, no novo governo, submetê-lo à última Comissão e, ainda em 2019, contar com esse marco regulatório para liberar as pesquisas clínicas no Brasil num tempo mais ágil, tanto na aprovação regulatória quanto na aprovação ética”, explica Dr. Fábio Franke.

O Programa de Capacitação em Pesquisa Clínica da SBOC também selecionou quatro jovens oncologistas: um do Centro-Oeste, um da região Norte, um do Nordeste e um das regiões Sul/ Sudeste. Os selecionados farão o Programa em Ijuí em períodos alternados: os oncologistas do Norte e Sul/Sudeste no período de 26 a 28 de agosto; e os oncologistas das regiões Nordeste e Centro-Oeste no período de 4 a 6 de novembro.

Clique aqui para saber mais sobre o Programa.

A companhia Allergan promoveu, no último dia 24 de julho, um recall de próteses mamárias texturizadas de silicone, a pedido da Food and Drug Administration (FDA) e da Anvisa. Essas próteses têm sido associadas a um pequeno número de casos de linfoma (um câncer do tecido linfático) ao redor da prótese. No total, foram relatados 573 casos de linfoma em todo o mundo, dos quais apenas 33 levaram à morte.

Tendo em vista as milhões de próteses texturizadas implantadas no mundo, o risco de desenvolvimento desse tipo de linfoma é mínimo. Os sintomas do linfoma associado às próteses são aumento do volume da região mamária, acúmulo de líquido ao redor da prótese (seroma) e, em alguns casos, dor – sintomas esses que por vezes aparecem anos após a colocação da prótese. O diagnóstico pode ser estabelecido por uma punção do seroma com análise das células extraídas, ou por biópsia da própria cápsula ao redor da prótese. O tratamento consiste simplesmente na retirada da prótese e do tecido circunjacente, uma vez que normalmente este tipo de linfoma é localizado e não há necessidade de quimioterapia ou radioterapia. Nos raríssimos casos nos quais a doença se dissemina serão necessários tratamentos adicionais.

Em vista disso, a SBOC faz às pacientes portadoras de próteses mamárias, com ou sem câncer de mama, as seguintes recomendações:

1. Esclareça com seu cirurgião que tipo de prótese foi utilizada no seu caso.
2. NÃO está indicada a remoção das próteses já colocadas, mesmo daquelas do tipo retirado do mercado. O risco de desenvolvimento de linfoma é mínimo.
3. Fique atenta aos sintomas de aumento do volume da mama e dor local.
4. Em caso de dúvida, fique em contato com o seu cirurgião.
5. Continue fazendo normalmente os seus exames de rastreamento de câncer de mama, como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética da mama. Não há necessidade de aumentar a frequência desses exames.
6. A implantação dos outros modelos de próteses de silicone, não texturizadas (lisas), é totalmente segura e deve ser feita normalmente, nos casos indicados.

 

Dr. Sergio D. Simon
Presidente da Sociedades Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC)

Membros Titulares da SBOC

Dr. Carlos H.E. Barrios, do Grupo Oncoclínicas - Porto Alegre/ RS

Dr. Gilberto Amorim, do Grupo D'or - Rio de Janeiro/ RJ

Dr. José Bines, do Grupo D'Or - Rio de Janeiro/ RJ

Dr. Max S. Mano, do Hospital Sírio Libanês - São Paulo/ SP

Dr. Rafael G. Kaliks, do Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo/ SP

Está no site da IV Gincana Nacional da Oncologia para Residentes o vídeo do nono caso da Gincana deste ano, sobre câncer de mama - tratamento neoadjuvante, com a Dra. Maria de Fátima Dias Gaui. A Oncologista Clínica é membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC); Mestre pela UFRJ; com Residência em Hematologia pela UFRJ e em Oncologia Clínica pelo INCA; Oncologista Clínica do Grupo Américas; e professora assistente de Oncologia Clínica na UFRJ. Ela comenta, no vídeo, as características do caso apresentado e as respostas das cinco questões publicadas.

Clique aqui para ver o vídeo.

Acesse aqui mais informações sobre a Gincana.

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