Produção científica brasileira no ASCO 2022
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'Na última sexta-feira, 22 de julho, o Fórum DCNTs lançou a carta aberta “Baixíssima Cobertura Vacinal Ameaça Saúde Coletiva e Pessoas com CCNTs [condições/doenças crônicas não-transmissíveis]”. O documento foi assinado por mais de 30 instituições do setor de saúde, entre as quais a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
O material foi veiculado como um chamado à ação, cujo intuito é mobilizar diferentes stakeholders dos setores público, privado e terceiro setor, como forma de reverter a perigosa situação atual da baixa cobertura vacinal no Brasil, um quadro que se agravou ainda mais durante a pandemia de Covid-19.
No que tange à oncologia, o texto relembra que os pacientes com câncer são mais vulneráveis às infecções que a população geral, uma vez que a imunodepressão, frequentemente presente nesta população, compromete a resposta imune. É o caso também de portadores de asplenia, doenças inflamatórias crônicas, transplantados, infectados por HIV e outras condições.
A redução da vacinação contra o HPV, para qual chama atenção o manifesto, deve ser outro ponto de extrema importância para os oncologistas. Isso porque, no médio e longo prazo, isso pode significar um aumento significativo do contingente de indivíduos desenvolvendo câncer de colo de útero.
Em 2020, durante a pandemia, a primeira dose da vacina contra o HPV foi aplicada em cerca de 70% das meninas de 9 a 15 anos e em pouco mais de 40% dos meninos de 11 a 14 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações. Já para a segunda dose, os índices foram ainda mais baixos, de 40% e 30%, respectivamente.
Confira a íntegra do material clicando aqui. O Fórum DCNTs é uma entidade que reúne lideranças dos setores público, privado e terceiro setor para o combate à principal causa de mortes precoces no país: as doenças crônicas não-transmissíveis. Trata-se de uma iniciativa contínua através de plataformas digitais e reuniões semestrais, com mais de 100 instituições participantes.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica anuncia os integrantes da Comissão Eleitoral para as eleições da gestão que se inicia em 2024. Mais detalhes sobre o processo serão divulgados ao longo dos próximos dias. Confira os membros:
Comissão Eleitoral
Dr. Jorge Sabbaga (Presidente)
Dra. Clarissa Maria de Cerqueira Mathias (1ª Secretária)
Dr. Gustavo dos Santos Fernandes (2ª Secretário)
Até o próximo dia 18 de agosto, o XXIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica – o SBOC 2022 – recebe submissões de trabalhos científicos nas mais diferentes áreas a serem discutidas durante o evento, que ocorrerá no Rio de Janeiro (RJ), entre 3 e 5 de novembro. Neste ano, há algumas novidades nas regras.
A sessão de pôsteres terá tratamento especial, valorizando a contribuição de todos os pesquisadores. Será reservado um período para que os autores expliquem os artigos e discutam os resultados com os congressistas. Tudo isso em um modelo “Happy Poster” – ou seja, com comes e bebes tipicamente cariocas, tornando este encontro científico um momento especial.
Como de costume, os melhores trabalhos enviados serão apresentados em uma sessão plenária, no mesmo espaço onde estarão os principais palestrantes e convidados internacionais, reunindo toda a comunidade do SBOC 2022 para prestigiar as contribuições admitidas. Haverá, ainda, premiação de R$ 5.000 para o melhor trabalho, que será selecionado pela Comissão Científica.
Segundo Dr. Jorge Sabbaga, coordenador da Sessão de Pôster do Congresso, a produção científica brasileira oncológica tem crescido nos últimos anos em decorrência do incremento da quantidade e da qualidade dos programas de residência médica em oncologia clínica.
“Isso tem sido verificado pelo aumento gradual de trabalhos produzidos no Brasil e apresentados em congressos internacionais. No país, a SBOC é o fórum mais importante para a divulgação dos artigos científicos. É muito importante que a ciência produzida aqui seja apresentada durante o SBOC 2022”, explica Dr. Sabbaga, que também é editor-chefe do Brazilian Journal of Oncology.
Para submeter o resumo do trabalho, o autor responsável precisa estar inscrito no Congresso. O envio é feito pela área restrita do congressista. Os resultados das seleções dos trabalhos serão divulgados neste ambiente no dia 3 de outubro. Em 2022, não serão aceitos relatos de caso.
O SBOC 2022
Além das mudanças nas regras e na apresentação dos pôsteres, o XXIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica será 100% presencial, representando o grande reencontro dos especialistas brasileiros. Essa edição marca outra importante novidade na organização do evento, que agora será anual e não mais a cada dois anos.
Essa decisão foi tomada para acompanhar o dinamismo com que as revoluções do conhecimento científico e da prática clínica acontecem ao redor do mundo; e também como consequência natural da consolidação da SBOC como um dos principais agentes mobilizadores dessa rede que envolve oncologistas, médicos de outras especialidades e profissionais de outras áreas, gestores, formuladores de políticas públicas, indústria etc.
As inscrições para o SBOC 2022 já estão abertas. Associados da SBOC contam com preços especiais, bem como os médicos associados às instituições apoiadoras. O Congresso acontecerá no Windsor Convention & Expo Center, no Rio de Janeiro (RJ), entre 3 e 5 de novembro. Inscreva-se já!
O brasileiro Dr. Evandro de Azambuja foi eleito nessa quinta-feira, 30 de junho, diretor de Associados da European Society for Medical Oncology (ESMO). O oncologista clínico do Instituto Jules Bordet de Bruxelas (Bélgica) ocupará o cargo durante o biênio 2023/24, a partir de 1º de janeiro do próximo ano.
Também ingressarão na instituição, como membros da nova diretoria, o Dr. Fabrice André, líder da Divisão de Pesquisa do Gustave Roussy Cancer Campus (França), que ocupará a função de novo presidente da ESMO, a Dra. Nadia Harbeck, do Breast Centre da Ludwig Maximilian University (Alemanha), que será a diretora de Educação, e o Dr. Jean-Yves Blay, do Centre Leon Berard (França), diretor de Políticas Públicas.
“O foco da minha missão é aumentar, ainda mais, a visibilidade da ESMO em diferentes países, trabalhando em estreita colaboração com os Comitês de Associados, Jovens Oncologistas e de Mulheres da Oncologia”, declarou Dr. Azambuja.
O oncologista clínico, que também é membro da Belgian Society of Medical Oncology (BSMO) e da American Society of Clinical Oncology (ASCO), enfatizou ainda que irá promover a ESMO enquanto mantém em mente a diversidade e a defesa do tratamento do câncer amplo e igualitário para todos os pacientes, independente de onde vivam.
Currículo
Pela segunda vez na diretoria da ESMO, a primeira foi em 2018, Dr. Azambuja é membro do Conselho e do Comitê de Fellowship da entidade desde 2019. Também já fez parte dos Comitês de Jovens Oncologistas e de Imprensa & Mídia, entre outras posições.
Antes disso, o gaúcho de Caxias do Sul graduou-se em Medicina na Pontifícia Universidade Católica de seu estado, em 1995, e especializou-se em Medicina Interna e em Oncologia no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, entre 1996 e 2000.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, defendeu seu mestrado, em 2002, e seu doutorado, em 2007. Mais recentemente, em 2015, foi novamente titulado como doutor na Université Libre de Bruxelles (Bélgica).
Na segunda-feira, 13 de junho, às 19h30, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e a Multinational Association of Supportive Care in Cancer (MASCC) lançam o guia inédito “Cuidando de Pacientes com Câncer Avançado nas Últimas Semanas de Vida”. No vídeo acima, Dra. Camilla Zimmermann, diretora da MASCC, comenta sobre o material.
“A comunicação no final da vida é particularmente significativa para pacientes, familiares e médicos. É importante ter uma abordagem estruturada, mas também ouvir ativamente e expressar empatia. Acompanhe sempre o ritmo do paciente ou dos familiares, certifique-se de que eles estão compreendendo e mantenha seus valores em mente”, resume Dra. Camilla.
Médica no Princess Margaret Cancer Centre em Toronto (Canadá) e especialista em cuidados paliativos, Dra. Camilla diz ter sido um prazer colaborar com a SBOC na produção deste documento. Ela esteve particularmente envolvida na seção que fala sobre comunicação no final da vida.
No guia são abordados ainda alguns princípios básicos da relação médico-paciente, habilidades para comunicar más notícias, reuniões com familiares, interrupção do tratamento contra o câncer, sintomas físicos e psicológicos, cuidados espirituais e no luto, desafios éticos e práticos, temas legais, qualidade no final da vida, entre outros.
Siga a página da SBOC no Instagram para ser notificado(a) sobre o início da live.
Pela primeira vez realizando uma live em seu Instagram, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) lança, na próxima segunda-feira, 13 de junho, às 19h30, o guia inédito “Cuidando de Pacientes com Câncer Avançado nas Últimas Semanas de Vida”, elaborado em parceria com a Multinational Association of Supportive Care in Cancer (MASCC).
A transmissão será conduzida pela vice-presidente da SBOC, Dra. Andréia Melo, ao lado dos convidados Dr. Ricardo Caponero, membro do Comitê de Cuidados Paliativos e Suporte da entidade e um dos autores do material, e Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia, apoiador institucional do evento.
O material, preparado em conjunto por diversos especialistas internacionais, traz informações e reflexões fundamentais para oncologistas e demais profissionais que atuam com pacientes com câncer e seus familiares. São recomendações sobre comunicação, sintomas físicos e psicológicos, cuidados espirituais, desafios éticos, entre outros tópicos.
Segundo Dr. Caponero, o grande diferencial deste material está no seu ineditismo no país. “No Brasil, ainda temos muitos diagnósticos de neoplasias em fases avançadas, situações em que podemos prolongar a sobrevida, mas invariavelmente evoluem a óbito. Ao se deparar com a escassez de opções terapêuticas e a deterioração do estado geral, a maioria dos oncologistas se sentem perdidos”, avalia.
O especialista lembra que nesta fase de aumento e de intensificação dos sintomas, surgem por parte do paciente muitas demandas psicossociais e espirituais para as quais os oncologistas não foram treinados para responderem adequadamente. “Dessa forma, esse material – longe de esgotar o assunto ou suprir todas as necessidades – serve para uma primeira orientação, um delineamento dos aspectos de maior relevância”, comenta. “Os oncologistas, preocupados em acompanhar os rápidos progressos da terapêutica, muitas vezes deixam de lado aspectos relevantes da arte do cuidar. Esse material vem ‘atrasado’, mas surge de forma brilhante a partir da sensibilidade da SBOC em perceber essa lacuna”, complementa Dr. Caponero.
Autores
Ao todo, o material foi produzido por oito autores. Além de Dr. Caponero, são eles: Dr. David Hui (MD Anderson Cancer Center), Dra. Camilla Zimmermann (Princess Margaret Cancer Centre), Dra. Ana Coradazzi (Faculdade de Medicina de Botucatu), Dra. Theodora Karnakis (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), Dra. Natália Nunes (Instituto Nacional do Câncer), Dra. Isabella Gattás (Hospital Alemão Oswaldo Cruz) e Dra. Mirza Jacqueline Alcade Castro (Princess Margaret Cancer Centre).
“A elaboração foi feita por oncologistas habituados a lidar com cuidados paliativos e com pacientes em fase final de vida. Há geriatras e paliativistas de renome internacional, com atuação em grandes centros internacionais de referência. Elaboramos um roteiro de comum acordo, trabalhamos individualmente nos tópicos e harmonizamos o texto com as considerações de todos os participantes”, detalha Dr. Caponero.
Na próxima quarta-feira, 08 de junho, a 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve voltar a analisar se o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deve ser exemplificativo ou taxativo. Com o objetivo de ampliar e enriquecer o debate e a análise sobre o tema, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e outras seis sociedades médicas que atuam no cuidado oncológico publicaram uma carta aberta conjunta em defesa de um Rol não restritivo e que sirva como um balizador de condutas e nunca como um limite pétreo do cuidado.
O rol da ANS é uma lista com diversos tipos de medicamentos e procedimentos – muitos deles fundamentais para o controle ou até cura do câncer – que os planos de saúde devem cobrir. Ele é considerado taxativo quando há uma lista definitiva (limitada) de procedimentos que devem ser, obrigatoriamente, oferecidos pelas operadoras privadas de saúde; e exemplificativo quando leva em consideração apenas uma amostra com alguns exemplos dos itens que devem ser pagos pelos planos de saúde, podendo haver outros fora da lista que tenham que ser cobertos.
As entidades signatárias da carta têm acompanhado as discussões sobre os julgamentos de recursos de pacientes que tiveram partes da cobertura dos seus tratamentos negadas pelos planos por não constarem no rol da ANS e observaram que foram consideradas abusivas pela justiça as cláusulas contratuais que excluíram procedimentos prescritos pelo médico. Ou seja, as interpretações para esses casos vão mais ao encontro de um Rol explicativo.
Por outro lado, a ANS e as operadoras dos planos de saúde defendem o caráter taxativo do rol, baseando-se no entendimento do plano de saúde como um contrato, com o pagamento da importância devida, a oferta de garantias na eventual ocorrência de sinistro e o reconhecimento da existência de um risco estimado. A equivalência entre esses elementos contratuais garantiria a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar.
Sendo assim, as Sociedade médicas que assinam a carta reafirmam sua defesa histórica por processos decisórios que privilegiem o profissional médico da saúde suplementar e seus pacientes que não podem esperar por longos períodos até que o cuidado de que necessitam seja oferecido. “Nos manifestamos pela ampliação da discussão a respeito desta interpretação jurídica e firmamos posição em defesa de caráter não restritivo, podendo este servir como um balizador de condutas e nunca como um limite pétreo do cuidado”, destacam as entidades no documento.
Ainda de acordo com a carta, as Sociedades afirmam reconhecer a necessidade da sustentabilidade do sistema de saúde suplementar e, por isso, sugerem que o STJ module sua decisão, legitimando a realidade atual. “O rol deve ser prestigiado sempre que possível e sua atualização deve ser mais célere e com a discussão técnica com as Sociedades de especialidades. No entanto, se a via judicial for a saída encontrada pelo paciente para assegurar seu acesso ao tratamento recomendado pelo seu médico, que o juiz possa analisar caso a caso, podendo entender que em determinadas situações, a ANS não deu a resposta mais adequada”, explica.
A decisão sobre a mudança, que estava com pedido de vista coletiva desde fevereiro deste ano, é muito aguardada, pois já deverá servir de referência para os Tribunais estaduais na análise de outros processos.
Além da SBOC, assim a carta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (SOBRICE) e Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) –