Nessa segunda-feira, 24 de abril, a diretora-executiva da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Marisa Madi, participou do Fórum de Oncologia realizado durante o primeiro dia do 32o Congresso da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), em Atibaia (SP).
Ela abriu a sessão com a palestra “Os esforços da SBOC para fortalecer a gestão das linhas de cuidado do paciente com câncer”, discutindo a atenção a esses indivíduos e apresentando as ações da entidade nos processos de avaliação de tecnologias, tanto na atenção privada, pelo Comitê Permanente de Regulação da Atenção à Saúde (Cosaúde), quanto pública, nos foros do Sistema Único de Saúde (SUS).
Sobre o sistema público, Dra. Marisa comentou sobre o problema da inequidade no acesso a tratamentos sistêmicos oncológicos entre os diferentes hospitais habilitados no SUS, questão levantada em 2014 no artigo publicado no Brazilian Journal of Oncology: “Diferenças no tratamento sistêmico do câncer no Brasil: meu SUS é diferente do teu SUS”. Trata-se de um estudo que aponta como as diferentes composições de financiamento do serviço (faturamento, orçamento público, subvenções e doações) podem definir como o paciente será tratado, devido ao modelo de financiamento da oncologia.
“Nessa linha, refletimos sobre as disparidades encontradas na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), com tratamentos aprovados que não chegam ao paciente. Foi uma discussão proveitosa, em um evento para hospitais prestadores de assistência oncológica para o SUS, uma parte muito afetada por essa questão, já que muitas vezes as instituições não conseguem adquirir quimioterápicos por conta do valor ressarcido pela Autorização de Procedimentos Ambulatoriais (APAC)”, relata a diretora-executiva da SBOC.
O Fórum de Oncologia foi coordenado por Tiago Farina Matos, advogado sanitarista e assessor jurídico da SBOC, e contou com a participação de especialistas de diferentes espectros do ecossistema do cuidado do câncer. O 32o Congresso Fehosp segue até a próxima quinta-feira, 27 de abril.
Em seu artigo publicado pelo Portal iG Delas, a Dra. Daniela Dornellas Rosa, diretora da SBOC, explica como funciona o caminho de uma tese científica e a importância de um olhar sobre todos os dados apresentados na divulgação de um documento como este.
Para a especialista, em qualquer tipo de câncer existe um balanço entre fatores de risco e fatores protetores, sendo fundamental reforçar que outras ações têm impacto ainda maior na saúde das mulheres como o consumo de álcool, por exemplo, socialmente bastante aceito na nossa população.
Além disso, ela ressalta que os contraceptivos hormonais estão associados ao benefício do controle de natalidade e também funcionam como fatores de proteção contra câncer de ovário (redução de 33% no risco) e de endométrio (redução de 34% no risco) 4,5.
“Nós, oncologistas, precisamos contribuir ainda mais para que a divulgação científica seja realizada de maneira responsável e clara para que o público tenha à disposição informações consistentes, sem induzir o risco de pânico generalizado e possível disseminação de notícias falsas. Sabemos que o modo no qual uma questão de saúde é enquadrada afeta a opinião pública, influencia o comportamento individual e desempenha um papel central no processo da formação das políticas de saúde”, explica Dra. Daniela Dornellas Rosa, diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.
Em decorrência do Dia Mundial de Luta Contra o Câncer, celebrado em 8 de fevereiro, o Senado Federal realizou na última sexta-feira, 14 de abril, uma sessão especial sobre a data, que tem o objetivo de promover a conscientização da população sobre a doença. Dr. Gustavo Fernandes, coordenador do Comitê de Defesa Profissional e ex-presidente da entidade (Gestão 2015-2017), representou a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) na ocasião.
“É um dia de comemorarmos e aplaudirmos os pacientes – pela coragem que têm – e os médicos e profissionais de saúde envolvidos na condução dos casos de câncer, mas lembremos que teremos 700 mil casos ao ano no próximo triênio. Em cinco anos, 3,5 milhões de pessoas vão adoecer”, comentou Dr. Gustavo Fernandes. “Se calcularmos uma taxa de mortalidade de 20%, teremos 700 mil óbitos - número aproximado de óbitos da pandemia de Covid-19. Isso acontece todos os dias na nossa frente”, acrescentou.
Em seu entendimento, é preciso agir para mitigar essa situação e isso deve começar com métodos de rastreio, screening e diagnóstico precoce. Depois de meios adequados de diagnóstico, é preciso garantir aos indivíduos o acesso ao tratamento curativo. “Isso não se faz sem política, vontade, conhecimento e recursos. Precisamos de fomento, inteligência e priorização para diagnósticos e terapias, já que o câncer será a doença que mais mata no Brasil em 2028”, argumentou o oncologista clínico.
“Nosso desejo na SBOC, que representa os médicos que enfrentam o câncer junto com os pacientes e outros especialistas e profissionais da saúde, é viver um país com acesso mais equânime. Sofremos ao enxergar alguém que poderia ter sido salvo com um exame de custo razoável. Que com um diagnóstico precoce poderia ter tido sua vida poupada. Esse é um sentimento com o qual nos deparamos todos os dias”, disse o ex-presidente da Sociedade.
A sessão especial foi uma demanda do senador Styvenson Valentim (Podemos/RN). Também participaram: o senador Eduardo Girão (NOVO/CE), Aldo da Cunha Medeiros, presidente da Liga Norte-rio-grandense Contra o Câncer, Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Maria Ângela Marini, presidente da Abrace, Arisson Tavares, escritor e autor do livro “O pequeno príncipe careca”, e, entre outros, Luci Ishii, representante da Associação Brasiliense de Apoio ao Paciente com Câncer.
Nesta quinta-feira, 13 de abril, o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Carlos Gil Ferreira, e a diretora-executiva da entidade, Dra. Marisa Madi, foram recebidos na sede da Associação Médica Brasileira (AMB) pelo presidente Dr. César Eduardo Fernandes. O encontro serviu para que ambas as instituições renovassem a parceria existente e planejassem novas possibilidades de colaboração.
Este foi o primeiro encontro entre as lideranças das instituições desde que a Diretoria 2023 assumiu a Sociedade, em janeiro. Entre os diversos pontos debatidos, Dr. Carlos Gil apresentou algumas das últimas ações da SBOC em relação à governança e a seu planejamento estratégico para os próximos anos, bem como ressaltou a atuação da entidade nas discussões sobre políticas públicas, acesso à saúde e incorporação de medicamentos nas redes pública e privada.
“Somos uma instituição filiada à AMB e a nossa parceria é perene, trabalhando em conjunto pelo fortalecimento do associativismo médico, da saúde brasileira e dos oncologistas clínicos que representamos. Fomos informados de que a entidade nacional pretende se aproximar ainda mais das sociedades de especialidade e estamos à disposição para colaborarmos cada vez mais”, comenta o presidente da SBOC, Dr. Carlos Gil Ferreira.
Neste sentido, segundo o oncologista clínico, foram feitos alguns compromissos entre as Diretorias. A AMB terá participação mais ativa e um espaço na área de exposições do Congresso SBOC 2023 e da IV Semana Brasileira da Oncologia, realizados em 16 e 18 de novembro deste ano, no Rio de Janeiro. Também foi renovado convênio que posiciona a SBOC como representante da AMB nos temas que concernem à oncologia clínica.
“Apresentamos, ainda, as melhorias realizadas no exame para obtenção do Título de Especialista em Oncologia Clínica (TEOC), emitido em conjunto pelas instituições desde 2018. O workshop que realizamos recentemente é uma das ações nesse sentido, com os responsáveis analisando provas e resultados dos anos anteriores com o intuito de preparar um exame cada vez melhor”, explica a diretora-executiva da SBOC, Dra. Marisa Madi.
A Sociedade também tem participado ativamente dos fóruns da AMB, representada sobretudo pelo presidente Dr. Carlos Gil Ferreira ou pelo coordenador do Comitê de Defesa Profissional, Dr. Gustavo Fernandes.
A demanda por cirurgias oncológicas na rede pública de saúde foi a pauta do jornal DFTV. Pacientes reclamam que tiveram o tratamento interrompido devido à longa espera na fila do procedimento da retirada da mama.
Na entrevista, a diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Dra. Angélica Nogueira, alertou que o tempo de fato é muito importante para o paciente. “Nesse contexto de pacientes que já iniciaram o tratamento, que fizeram a quimioterapia e que cirurgia parte desse fluxo de tratamento, o atraso nessa cirurgia pode perder o que paciente já foi submetido, sendo muitas vezes necessário mais quimioterapia do que paciente poderia receber, o que pode implicar maior toxicidade, na redução do risco de cura do paciente se cirurgia não é feita no momento oportuno”.
Atraso de mais de um milhão de mamografias em 2020, essencialmente por conta da pandemia, impactou custos de tratamento e mortalidade por diagnósticos tardios
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e publicado no BMC Health Services Research revelou que a pandemia da COVID-19 teve um impacto negativo na atenção ao câncer de mama no SUS: cerca de um milhão de mamografias não foram realizadas em 2020.
Em entrevista à Revista Veja, que repercutiu os dados da pesquisa, a oncologista clínica Angélica Nogueira Rodrigues, diretora da SBOC, ressaltou que o dado traz um alerta importante: “O atraso no diagnóstico do câncer de mama tende a aumentar os casos de doença avançada, os custos do tratamento e da mortalidade”.
Dra. Angélica ponderou ainda que os avanços da medicina possibilitaram boas perspectivas de cura do câncer de mama, mesmo os mais agressivos, mas a pandemia sobrecarregou o sistema público impactando o rastreio que leva ao diagnóstico precoce.
Neste cenário de represamento de diagnósticos, revelou a pesquisa, o custo do tratamento quimioterápico foi maior em 2020, tanto nas doenças avançadas, R$ 465 milhões contra quase R$ 438 milhões em 2019, quanto nas localizadas, R$ 113 milhões contra R$ 111 milhões.
SBOC lança o guia “Manejo de toxicidades relacionadas aos inibidores de CDK 4/6”
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Na próxima sexta-feira, 10 de março, das 9h às 12h, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) irá realizar audiência publica para debater sobre o uso de Darolutamida para câncer de próstata metastático hormônio-sensível em combinação com Docetaxel; e de Olaparibe em associação a Bevacizumabe para carcinoma epitelial avançado de ovário.
Ambas as tecnologias tiveram recomendação inicial de não incorporação ao Rol de Procedimentos da Agência, a lista que indica quais medicamentos e procedimentos devem ser cobertos pelos planos de saúde.
A ideia da audiência é enviar contribuições, críticas e informações para subsidiar a ANS na tomada de decisão sobre as propostas. O evento será remoto e transmitido pelo YouTube da instituição. Para participar, basta inscrever-se até às 17h do próximo dia 9 de março.
Além da discussão pública, a Agência abriu a possibilidade de contribuição, até 21 de março, por meio da Consulta Pública (CP) nº 107. No endereço, é possível conferir o parecer desfavorável e o relatório do Comitê Permanente de Regulação da Atenção à Saúde (Cosaúde), além de deixar comentários e opiniões sobre a incorporação.
Centenas de palestrantes e milhares de congressistas passaram pelo XXIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, que se encerra neste sábado (5). O último dia também foi especial, com momentos de reencontro, troca e discussões de alto nível. Assista a alguns dos melhores momentos:
O 3º e último dia do Congresso SBOC contou com a palestra internacional do Dr. Vicente Valero, entregas de prêmios e discussões sobre lideranças femininas na oncologia.
Confira alguns dos principais momentos do 3º dia: