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Audiências e consultas públicas finalizadas

A SBOC aproveitou o Dia Mundial do Câncer, em 4 de fevereiro, para lembrar que a mudança de hábitos alimentares é a chave para a prevenção da doença, mas ainda é desafio para a maioria dos brasileiros

Manter uma alimentação saudável e equilibrada, praticar atividade física e, em alguns casos, fazer exames preventivos são orientações simples para prevenir o câncer, mas difíceis de seguir. Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), realizada em 2017, metade das pessoas ouvidas não faz exercício físico e uma em cada quatro não vê a obesidade como problema relacionado ao câncer.

O levantamento mostrou, ainda, que as pessoas sabem da importância dessas medidas, mas resistem ou têm dificuldade de mudar seu estilo de vida. “Os cuidados necessários já são conhecidos pela população, mas o medo ainda não é suficiente para a mudança de hábito. Por isso, é extremamente importante investir em prevenção e campanhas de conscientização”, afirma a Dra. Renata Gangussú, oncologista e membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

A dificuldade de entender qual o impacto real de uma alimentação com muito açúcar ou alimentos processados também pode ser um dos motivos para postergar mudanças de hábitos. Mas qual é então a real relação entre uma alimentação com muito açúcar e câncer? “Ainda que não exista uma relação direta entre o consumo de açúcar e o desenvolvimento do câncer. O consumo em excesso pode acarretar em outras doenças crônicas, como o diabetes além de contribuir para quadro de sobrepeso e obesidade”, afirma a nutricionista e também membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Georgia de Oliveira.

“Todas as células, sadias ou cancerígenas, precisam de glicose (açúcar) para sobreviver. Mas não há um processo seletivo para que as moléculas de glicose sejam mais aproveitadas pelas células cancerígenas. Há casos específicos de cânceres com características hipermetabólicas. Isso significa que esses tumores têm um consumo ‘exagerado’ de energia, levando o indivíduo a um estado de perda nutricional maior”, explica.

Mas uma dieta rica em açúcar pode favorecer o câncer de outras formas. As mais recentes pesquisas do Fundo Global de Pesquisa sobre o Câncer (WCRF) e o Instituto Americano de Pesquisa para o Câncer (AICR) indicam que dietas baseadas em “fast food”, alimentos processados e com alto de teor de sódio e açúcar estão aumentando em todo mundo, levando ao aumento global de sobrepeso e obesidade e, consequentemente, a mais casos de cânceres relacionados à obesidade.

“Há mais de 13 tipos de câncer associados à obesidade. A diabetes tipo 2, que normalmente é desencadeada em dietas ricas em açúcar de rápida absorção, também eleva o risco de câncer. No caso da doença na mama, há um aumento de quase 20% na incidência em mulheres que têm diabetes”, destaca Dra. Cangussú.

Segundo a OMS, a quantidade de açúcar (sacarose) para um indivíduo saudável deve ser o mínimo possível, limitando-se a 25g/dia, o que representa aproximadamente 5% das necessidades calóricas. É um desafio que precisa ir além dos esforços individuais para ser superado. Por isso, o Ministério da Saúde vem tomando medidas que vão além da conscientização ao assinar acordos com a indústria para a redução de açúcar e sódio nos produtos industrializados.

 

Recentemente, Dr. Sergio Simon e Dr. Fábio Franke, presidente e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica - SBOC, estiveram no Hospital de Amor (Hospital do Câncer de Barretos) para apresentar o novo Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica (PROC), elaborado pela SBOC e aprovado pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) em setembro de 2018.

A previsão é que o novo Programa seja implementado gradualmente, com início neste ano e término em 2021, por todos os serviços que têm residência médica em Oncologia Clínica, considerando a adoção sempre para os residentes do primeiro ano. "Como o programa já foi publicado no Diário Oficial da União, demos início ao processo de disseminação do novo currículo. E fomos convidados para apresentar diretamente à Equipe de Oncologistas Clínicos e aos Residentes do Hospital de Amor", conta Dr. Franke.

Além de conter a matriz de competências para a formação do oncologista clínico no Brasil, o PROC é abrangente e traz avanços importantes, como padronizar a avaliação não somente do conhecimento teórico, mas também do comportamento do residente durante o treinamento; aumentar a cara horária de atividade ambulatorial, principalmente no primeiro ano; possibilitar a individualização da formação do residente durante o terceiro ano, conforme seus propósitos; entre outros pontos de destaque.

Para o Dr. Eduardo Zucca, Oncologista e preceptor do Hospital de Amor, a SBOC vem fazendo um grande trabalho para melhorar a qualidade da formação dos oncologistas clínicos e o novo programa é mais uma demonstração disso. "O PROC traz um cuidado maior com o residente. E é muito interessante que, além de todas as melhorias apresentadas no programa, a SBOC ainda disponibilizará o conteúdo didádico para as áreas de conhecimento específico. Felizmente, nós do Hospital de Amor podemos prover essas aulas, mas tenho certeza de que muitas instituições não podem. E essa iniciativa é fantástica", completa Dr. Zucca.

A SBOC fará ainda uma sessão para apresentar o novo currículo para preceptores de todo o Brasil no XXI Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, em outubro, no Rio de Janeiro. "Somos responsáveis pela capacitação dos oncologistas clínicos, tornando essa especialidade referência no nosso país e no mundo. E o PROC possibilita alinharmos a metodologia com todas as instituições formadoras para, juntos, alcançarmos esse objetivo." conclui Dr. Simon.

A SBOC disponibiliza recomendações terapêuticas inteiramente baseadas em evidências clínicas. São guias de orientação de conduta que visam oferecer uma referência aos especialistas no tratamento dos pacientes com câncer.

As condutas são classificadas de acordo com as forças de recomendação e evidência na literatura. E, além de estarem em português, diferenciam-se por refletir a realidade brasileira, considerando a relevância clínica e o impacto econômico.

Você, associado, têm acesso às versões preliminares dessas diretrizes, abertas à consulta. Isso significa que poderá opinar e até contribuir para possíveis melhorias. As sugestões e comentários enviados serão avaliados pelos nossos especialistas.

Então, aproveite e contribua para a disseminação de boas práticas em oncologia. Clique aqui e confira as diretrizes abertas.

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica - SBOC segue preocupada com a divulgação de mensagens sobre o câncer por profissional autodeclarado "especialista em modulação hormonal". A afirmação de não existência de células malignas, a atribuição do surgimento do câncer à carência de hormônio e a divulgação da cura da doença por meio do uso de reposição de testosterona são um absurdo científico e não encontram amparo em qualquer publicação médica respeitável. 

 

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica - SBOC segue preocupada com a divulgação de mensagens sobre o câncer por profissional autodeclarado "especialista em modulação hormonal".

A afirmação de não existência de células malignas, a atribuição do surgimento do câncer à carência de hormônio e a divulgação da cura da doença por meio do uso de reposição de testosterona são um absurdo científico e não encontram amparo em qualquer publicação médica respeitável. Mais que isso, são um desrespeito aos doentes que, na natural busca por tratamentos para seus males, veem-se sensibilizados a aceitar informações de indivíduos que oferecem promessas de cura.

A SBOC se vê na obrigação de esclarecer que a reposição de testosterora não tem ação significativa contra tumores, pode ter efeito deletério sobre o paciente em tratamento oncológico e, em alguns casos, tem mesmo a capacidade de acelerar a progressão do câncer e de aumentar o risco de morte.

A SBOC apoia o alerta emitido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - SBEM, em 4 de janeiro de 2019, sobre o não reconhecimento de especialista em modulação hormonal. O posicionamento da SBEM vem ao encontro da Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1999/2012, que estipula que a reposição de deficiências de hormônios e de outros elementos essenciais se fará somente em caso de deficiência específica comprovada e com benefícios cientificamente comprovados.

Em face ao potencial dano da divulgação de supostos benefícios antitumorais da assim chamada modulação hormonal sobre pacientes com câncer, a SBOC acompanhará com atenção o desenrolar das denúncias já feitas junto aos órgãos criminais e de defesa profissional, com a expectativa de que tais afirmações sejam retiradas de circulação.

Dr. Sergio D. Simon
Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica - SBOC

Em 22 de janeiro aconteceu, no Rio de Janeiro, o Workshop da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS. O objetivo principal do evento foi detalhar e esclarecer a Resolução Normativa nº 439, publicada em dezembro de 2018, que estabelece fluxos para a revisão periódica da lista de coberturas dos planos de saúde.

Uma das principais novidades trazidas pela medida é a ampliação da participação social no pleito por incorporações. Isso será feito por meio de um formulário eletrônico, que passa a ser o canal exclusivo para apresentação de propostas e contribuições. A ferramenta será disponibilizada no portal da ANS sempre no início dos ciclos de atualização, por um período pré-determinado. Até então, as demandas de alteração do Rol eram encaminhadas apenas pelos membros do Comitê Permanente de Regulação da Atenção à Saúde - Cosaúde.

A Resolução Normativa estabelece revisões periódicas do Rol a cada dois anos. Com isso, após o período de disponibilização do formulário, só poderão ser solicitadas novas submissões para o biênio seguinte. Por exemplo, para a próxima atualização do Rol, prevista para 2021, o período de submissão de novas incorporações ou de qualquer solicitação será de 04 de fevereiro a 04 de maio de 2019. Depois disso, o formulário estará disponível novamente em 2021 para a revisão que entrará em vigor em 2023.

Estiveram presentes no evento, representando a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica - SBOC, a Dra. Cinthya Sternberg, Diretora Executiva, e o Dr. Tiago Matos, Gerente Jurídico. Ambos entendem que o novo processo pode tornar mais difícil solicitar novas submissões. "Esse fluxo é pouco flexível. Dessa forma não estão sendo priorizados os interesses da sociedade", diz Dra. Cinthya. Ela conta que em grupos de trabalhos anteriores, tanto a SBOC quanto outras instituições propuseram outras medidas que tornavam o processo menos "engessado". "Apresentamos uma proposta para que o processo de submissão fosse contínuo, como o da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no SUS - CONITEC, por exemplo, no qual é possível submeter novas solicitações em qualquer período, com um prazo específico para avaliação. Mas não foi aceita", completa.

Com as etapas e fluxos estabelecidos na Resolução Normativa nº 439, não poderão mais ser apresentadas propostas ou solicitações de novas incorporações em consulta pública da ANS. Por isso, as comissões e sociedades representativas do setor, os órgãos de defesa do consumidor e a sociedade como um todo devem estar atentos ao prazo de envio do formulário. Para situações excepcionais em casos relevantes de saúde pública, a resolução prevê a possibilidade de incorporações extraordinárias. Para o Dr. Tiago, o grande intervalo de tempo para o pedido de submissões dentro do fluxo vai acabar aumentando as necessidades de avaliações extraordinárias, principalmente para casos relacionados a câncer, já que a doença é considerada pelo próprio Ministério da Saúde, além da OMS, um grave problema de saúde pública. “Tecnologias em saúde que se mostrem eficazes para a redução da taxa de morbimortalidade por câncer ganham, assim, status de relevância em saúde pública e, consequentemente, deverão ser objeto de análise pela ANS para incorporações extraordinárias ao rol. É atribuição - até mesmo legal - das sociedades médicas de especialidade cobrar da ANS esse tipo de análise. Por isso, estaremos atentos para fazer valer essa prerrogativa."

O cronograma do ciclo para a próxima atualização do Rol já está disponível no site da ANS: http://www.ans.gov.br/

Tumores Neuroendócrinos (TNE) são um grupo de tumores relativamente raros, mas complexos e heterogêneos, cuja incidência e prevalência vêm aumentando nas últimas décadas. A fim de incentivar o interesse e a formação de oncologistas nessa área, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica – SBOC promove o Programa de Especialização em Tumores Neuroendócrinos para jovens oncologistas, em colaboração com o A.C.Camargo Cancer Center, centro de diagnóstico, tratamento, ensino e pesquisa, localizado em São Paulo.

O candidato selecionado para participar do programa, que tem duração de 12 meses e carga horária de 20 horas semanais, terá treinamento em manejo de pacientes, acompanhando os atendimentos no ambulatório do A.C.Camargo Cancer Center, sob supervisão da Dra. Rachel Riechelmann, Diretora do Departamento de Oncologia Clínica da instituição. Haverá também tempo reservado para pesquisa e produção científica na área.

A partir de hoje, 24 de janeiro, as inscrições para esse programa estão abertas. Os interessados devem se inscrever por meio do site até o dia 22 de fevereiro.

Para mais infomações, acesse: https://sboc.org.br/programas-para-jovens-oncologistas/item/1131-programa-de-especializacao-em-tumores-neuroendocrinos-2018

 

A ANVISA anunciou na semana passada a aprovação de uma nova opção de tratamento para câncer de pulmão de não pequenas células avançado com rearranjo de ALK (ALK+). O estudo que embasou a aprovação demonstrou que o uso de Alectinibe reduziu em mais da metade o risco de progressão da doença, em comparação com o tratamento padrão atual, aumentando a sobrevida livre de progressão mediana de um ano para mais de dois anos. Mostrou, ainda, redução de mais de 80% no risco de desenvolvimento de metástase cerebral.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer, cerca de 85% dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão no país são do tipo não pequenas células. Destes, 5% possuem rearranjos de ALK.

Para a Dra. Clarissa Baldotto, Oncologista e Diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica - SBOC, a nova opção de tratamento é mais um avanço em benefício dos pacientes com câncer de pulmão, mas ainda temos grandes desafios. "O câncer de pulmão apresenta taxas de incidência e de mortalidade muito altas. Além da redução do tabagismo, muitos avanços no tratamento aconteceram nos últimos anos. Mas o acesso aos novos medicamentos e exames ainda é restrito no Brasil."

O medicamento Alectinibe, registrado no Brasil com o nome comercial Alecensa®, é desenvolvido pela Roche.

 

Reportagem do SBT Brasil veiculada em 14/01 reforça que, por reivindicação da SBOC junto ao Ministério da Saúde, os pacientes do SUS diagnosticados com câncer de rim ganharam novas alternativas na luta contra a doença.

O Ministério da Saúde oficializou a decisão de incorporar os medicamentos pazopanibe e sunitinibe ao SUS para o tratamento de pacientes com carcinoma renal de células claras metastático (CCRm). A medida, oficializada no final de dezembro, tem prazo de 180 dias para começar a vigorar. Portanto, os medicamentos devem estar disponíveis para a rede pública a partir de julho.

Em entrevista ao SBT Brasil, Dr. Sergio Simon, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica - SBOC, ratificou a importância dessa incorporação, já que o câncer de rim costuma ser agressivo e que tratamentos como quimioterapia não costumam ser eficazes. "Frequentemente esse tumor é diagnosticado em fase avançada e a cirurgia às vezes sequer é possível. Então, os pacientes dependem do tratamento medicamentoso."

A droga sunitinibe foi aprovada pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] em 2006 e a pazopanibe em 2011, mas ambas estavam disponíveis apenas para pacientes de convênios ou particulares. A incorporação ao SUS representa um grande avanço na sobrevida e na qualidade de vida dos pacientes com metástase.

Assista à reportagem: http://bit.ly/2TVr6Zn